27 setembro 2009

Reflexos

Porque é sempre tão difícil definir a si mesmo? Será medo do ridículo? De se exaltar ou depreciar demais? Ou é apenas o mero costume de nos refletirmos no outro? Quer dizer, nos espelhamos diante do que o outro faria, de como ele se comportaria... intenciona-se superá-lo! Chega-se a correr contra o tempo no intuito de equiparar-se ao outro, de forma que o reflexo visto cada vez mais se afasta de nosso real ser... Daí vem o vazio, a angústia, a sensação de se estar perdido... Além de uma tremenda insatisfação... Ora, como dispor-nos à relação com outro, se não dispomos de nós mesmos?

Como se entregar por inteiro, sem antes recolher os próprios cacos? Sem remendar os destroços causados por crescentes amarguras, decepções...

O tempo passa cada vez mais rápido; e a resposta parece fugir além do horizonte...

O Sol se nega a irradiar esperança e o Crepúsculo ameaça prolongar-se indefinidamente, como a alcançar o Infinito.
Eis que surge um limiar de esperança, paradoxalmente, na figura do outro. Aquele sem vícios de pseudo concepções, que conseguem enxergar, qualidades que nem ousamos imaginar. Este outro olhar nos renova, nos transmite esperança, desejo...
Deseja-se viver, ser feliz, amar, sorrir... Contemplar o lado bom e edificante da existência...
Buscar o que há de melhor em si...
Eis a importância do outro, quando é a pessoa certa, na nossa história...
Nos fazer enxergar o nosso reflexo, já desgastado, incerto... Nos fazer reconciliar com nosso "eu", pelo que ele enxerga de tão especial em nós. Assim como nos compete, a partir de tal, reconhecer neste outro, o que ele não consegue mais enxergar. E aí, se vivencia o lado instigante do amor, revelar o que nos encanta no ser amado, e o contrário também...
Daí o amor refletirá duas pessoas que se complementam, numa eterna conquista, respeito e dedicação... de forma que a singularidade de ambos não se anule; e de que seus reflexos sejam sempre de um companheirismo que agrega valor, respeito, carinho compreensão, aprendizagem, afeto, e; o mais importante, amor duradouro, cativante...







21 setembro 2009

Venha jogar o Vôlei Financeiro

(Autor: Antonio Brás Constante)


Nossa vida financeira pode ser comparada a um jogo de vôlei de duplas. De um lado temos você e seu salário (que geralmente não é lá muito alto e nem tão bom quanto gostaríamos que fosse) e do outro temos as dívidas e impostos, que para nossa infelicidade são sempre enormes (e em partidas como esta os maiores sempre levam vantagem).

Tudo começa pela necessidade de sacar. Neste jogo o que ocorre é o saque bancário, mas que também é muito parecido com o saque de um jogo convencional, já que muitas vezes jogamos o que sacamos fora, ou forçamos um saque para alcançar algo e depois percebemos o erro que cometemos, ou em outras vezes desfrutamos dos benefícios oriundos de um saque bem acertado. São vários saques durante o mês, que por sinal é o tempo médio de uma partida. A ideia é aguentar o máximo possível com a boladinha (chamada de proventos) que temos nas mãos, sem ter que recorrer a novos saques.

Uma das formas de se ir bem neste jogo é através das cortadas. Pois somente cortando os gastos conseguiremos êxito e quem sabe alguma coisa para guardar na poupança. Mas, ao contrário das cortadas do vôlei, que são dadas com a mão aberta, nesta partida você terá que tentar manter as mãos bem fechadas, segurando a ânsia de esbanjar. Para ganhar pontos não se pode deixar a bola cair... Digo, o saldo cair. A propósito, nesta disputa o tal lance da “bandeja” é proibido, por isso evite ficar dando seu suado dinheirinho de bandeja para aproveitadores.

As manchetes podem até ocorrer, mas somente se você for alguém famoso, onde a compra de algum bem material poderia atrair a atenção de alguns setores da mídia, como no caso de uma casa (entenda-se mansão, mesmo sem entender-se ainda como) por alguma governadora, por exemplo, que transformam tais gastos em motivos para uma manchete de primeira página.

Cuidado com os bloqueios, principalmente dos cartões de crédito. Quando eles ocorrem é porque suas despesas já ultrapassaram todos os limites, encerrando quaisquer chances de vencer, sendo que neste caso o que vencerá serão os títulos e bloquetos de pagamento, algo muito pior do que qualquer derrota em campo.

A famosa rotação é essencial, pois toda movimentação (financeira) tem o seu valor. Procure movimentar somas para reservas bancarias, evitando sempre que possível movimentar valores que lhe obriguem a posteriormente ter que cobrir o seu cheque especial.

Trabalhe bem os três toques, onde cada toque pode ser considerado como uma dica que transcrevo a seguir. 1º) A simplicidade da economia está em se conseguir gastar menos do que se ganha (mas lembre-se: nem sempre as coisas simples são fáceis). 2º) Não deixe para manhã o que você pode economizar hoje. 3º) O homem é um ser racional, use esta capacidade para racionalizar o uso de seu dinheiro.

O vôlei financeiro é um jogo ágil, que para fluir bem precisa de trabalho em grupo, mas que também depende da atuação de cada um para dar certo. Ele pode ser um esporte muito saudável financeiramente para o seu bolso e quem sabe até divertido (já que o dinheiro para curtir as férias depende de um bom desempenho nesta competição). Por isso convide sua família, forme uma equipe, vista a camiseta e boa partida.


SOBRE O AUTOR: Antonio Brás Constante se define como um eterno aprendiz de escritor, amigo e amante da musa inspiração. Lançou recentemente o livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br).

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc



NOTA DO AUTOR: Os amantes da leitura agora dispõe de um excelente portal chamado: www.skoob.com.br, funciona como uma rede social (tipo orkut), mas com ferramentas de leitura, tipo: Estante virtual para cadastrar seus livros, histórico de leitura, resenhas, etc. Quem quiser participar vai encontrar por lá o meu singelo livro “Hoje é seu aniversário”, não esqueçam de adicioná-lo em suas estantes, ok? Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do livro, ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.




19 setembro 2009

Encontro Frustrado

Nada mais legal do que sair no sábado para curtir um pouco. Afinal, depois de uma semana presa à rotina estafante de concurseira, nada como sair para espairecer um dia antes da prova... Bem, se tal saída ocorresse na prática. Ocorre que algumas pessoas ou poderiam ser denominadas de enroladas por excelência, ou no mínimo, são sem simancol mesmo... Ora, elas detém um carro como facilitador e tanto faz se vão sair 21h ou 23h, se vão a um barzinhou ou shopping... ou se vão de um lugar a outro no mesmo dia, até o varar da madrugada. Elas não dependem de carona, e podem fazer o que lhe vier na cabeça quando e como quiserem... Ao contrário de pessoas que não tem seu carro, e tem de incomodar o pai, a irmã, a mãe... Resultado, o furão que tem seu carro, marca e desmarca compromissos como quem troca de roupa, já que ele não depende da boa vontade de ninguém e tem seu direito de ir e vir, quando bem lhe for conveniente...
Em compensação o dependente da boa vontade alheia, além de não saber onde enfiar a cara de tamanha vergonha, tem que sair desmarcando com os amigos legais que não furaram, além do fato de ter incomodado o bom samaritano que concerder-lhe-ia a tal carona...
Uma pergunta que não me sai da cabeça; o que será que se passa na cabeça de alguns "amigos"? Porque simplesmente eles não são sinceros e dizem logo que não querem ou não podem sair com você? Ou será que faltou alguém os avisar que nem todos dispõe de carro para ir e vir a qualquer lugar e hora quando bem entender e desejar? O pior, e também o que deveria ser considerado o cúmulo do desrespeito, porque alguns, ainda pior do que furar o combinado, não avisam com antencedência, no intuito de possibilitar aos demais, talvez, combinar um outro programa? Um encontro de amigas num barzinho, por exemplo, num grupo de 4, se 2 cancelam, ao menos que avisem com antecendência; se as outras 2, acharem que não combina, ou que é perigoso, à noite - e hoje em dia é né? Tendo em vista que a Segurança Pública é quase totalmente inexistente - duas garotas sós num barzinho... ao menos elas combinariam um cinema, mas como os furões, em geral, avisam quase uns 5 minutos antes da hora marcada para o encontro, o único resultado possível, infelizmente, é um encontro frustrado!


P.S: Tal crônica é também um desabafo, obviamente, contra os furões que avisam em cima da hora....

17 setembro 2009

Texto de Fernando Pessoa

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um não.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."



- Fernando Pessoa -


08 setembro 2009

Desabafo de Concurseiro (a)

Aff, faz-se extremamente necessário uma regulamentação adequada para o exemplar funcionamento dos concursos públicos. Ora, há milhões de concurseiros no país todo, os quais dedicam todo seu tempo, dinheiro e investimento nos estudos, além da tensão e ansiedade habituais, no dia da prova, descobrem, em seguida, que tamanho investimento foi em vão....
A banca organizadora do certame, é despreparada, mal organizada e compremete a lisura do concurso... Cancelam-se provas... As remarcam sem saber, ou imaginar, se o novo dia previsto, maior parte dos candidatos também não estariam inscritos em outros concursos... Sem contar também, as questões extremamente mal feitas, com comandos confusos, ou mais de uma resposta certa... Bem, nem parece que a banca examinadora teve tempo suficiente ou melhor, dedicação a fim de realizar algo bem feito... Na verdade, é difícil dizer quem agiu pior, se o órgão que dispõe a vaga a ser preenchida ao fechar contrato com uma banca organizadora qualquer, a fim de pagar mais barato - e não necessariamente pela qualidade - ou se a banca, que não demonstra um mínimo exigível de organização e serviço qualitativo prestado...
A quem nunca passou situação parecida - e, sinceramente desejo que nunca passe - refiro-me ao recente concurso para o Ministério da Justiça. A Funrio, deixa muito a desejar em critérios qualitativos e, os concurseiros que se virem para remediar algo que não lhes deve ser atribuído... Bem pior foi para os candidatos que além do tempo de estudo, investiram dinheiro ao se deslocar de suas cidades e vir realizar as provas na capital federal... Será que vão lhes restituir o dinheiro gasto em vão? Ops... não se trata de uma utopia! Ah, e sem falar nos tópicos do edital, que muitas vezes nem dão o ar da graça nas provas... Ou matérias que nada tem a ver com o exercício do cargo a ser disputado... Alguns poderiam dizer, mas isto é necessário para classificar os candidatos... Bem, acredita-se piamente, na lógica de selecionar o melhor para o cargo, cujo conhecimento teórico seja aplicável a prática, ou não? Ou se pretende apenas um subtefúrgio para eliminar candidatos? Sinceramente, tenho minhas dúvidas se o cobrado em concurso realmente serve para medir conhecimento, ou, se em meio a questões que o fazem, há também inúmeras, cuja finalidade serve apenas ao intuito de eliminar por eliminar... Não a toa, uma metáfora muito utilizada é a de que os membros de uma banca examinadora, são pessoas frias, calculistas e perversas que conchavam a melhor maneira de ferrar o candidato...
Pior que tudo isso, só ter de fazer provas, nas quais caia matemática - e um ínfimo e quase inexistente espaço para rascunho - sem poder usar lápis e borracha, assim como não poder utilizá-los para o esboço da redação... A justificativa? Evitar cola, fraude... E não poder usar relógio a fim de controlar o tempo de resolução das questões? Hum... melhor por aqui... a tão sonhada recompensa da estabilidade no serviço público, tem também suas mazelas e aborrecimentos, talvez até numa lista grande... melhor não extender muito... Agora, concurseiros merecem e exigem respeito, e alguma providência, urgente, deveria ser tomada... Mas a grande mídia, só se preocupa e considera o vestibular, não é mesmo?

01 setembro 2009

Sobre Expectativas...

Setembro chegou... É ambígua a sensação que me causa... Bem, como se animar ao se ter o mês inteiro de provas? Aquelas provas que muitas vezes cobram conhecimentos que nada tem a ver com o cargo pretendido e, que na maior parte das vezes, trazem questões que são mais decorebas do que meio para "medir" conhecimento? Bem, quem for concurseiro entenderá o que falo. Ah, e a palhaçada da decisão do STF? Transformaram o ex-presidente da Caixa Econômica Federal em Bode Expiatório. Palocci, o maior interessado na quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, a fim de desacreditá-lo na denúnica de que o ex-ministro participava dos conchavos das festas da "República de Ribeirão Preto" em uma das mansões de Brasília, nada teve a ver com a ilegal quebra de sigilo... Ora, será que os "nobres" ministros do STF pensam que só porque muitos são leigos em Direito, são também facilmente iludidos? Sério, acham que o ex-presidente do banco, num belo dia, resolveu quebrar algum sigilo bancário de forma ilegal e por mera coincidência, foi a do caseiro, homem humilde, o qual denunciava o poderoso político que pretendia se esquivar de acusações? Bem, num país com a tradição de na (in)justiça sempre aliviar a barra para os mais poderosos e pegar pesado com os mais fracos... não é nada que já não seja costumeiro... Talvez, anormal, seja existir quem ainda se indigne com isso. O Lodaçal, ops, Senado continua na sua exibição de espetáculos horrendos e vexaminosos e na produção de pizzas... Nos bastidores, os pra-lamentares tentam ressuscitar a famigerada CPMF e, abocanhar mais dinheiro público, aumentando - injustificadamente - o número de vereadores...
Voltemos às provas... Isso significa incompatibilidade de tempo para dedicar-me ao Espaço da Palavra... Ou, ainda pior, às vezes se terá tempo, mas o cansaço.... Afinal, quem não se cansaria ao ler - estudar - intermináveis livros e apostilas de Direito Administrativo, Constitucional, Penal... Além de Administração Financeira - matéria chatíssima - Contabilidade Pública, Orçamento... Não é a toa que uma metáfora boa para os membros da banca examinadora seja um grupo de perversos cuja intenção é descobrir como piorar ainda mais as chances do candidato... E assim é, será e que se há de fazer? Bem, ao menos tentarei um número mínimo de postagens, em respeito aos leitores. No mais, bom setembro a vocês!