30 junho 2011

De Olho na TV

    Conforme prometido, eis a estreia da nova coluna deste blogger. Bem, primeiramente devo confessar que desde cedo criei um "vício" por assim dizer, de assistir televisão. Talvez seja porque como filha de militar que nunca para muito tempo no mesmo lugar, aliada à timidez e ao fato de ter poucos amigos... Acabei por refugiar-me na denominada babá eletrônica... Nada que tenha me prejudicado, creio eu, porque; tal vício não me impediu de ter vida social e muito menos de criar o hábito da leitura. Aliás, sempre detestei aquele discurso de metidos a intelectuais que se acham melhor que as demais pessoas só porque não curtem TV de jeito nenhum. E, ok, a programação em si, deixa muito a desejar - e cada vez mais - mas com o tempo e com a maturidade, aprendir a selecionar mais o conteúdo assistido e, para falar a verdade, como cinéfila e aficionada por séries, minha TV costuma ser o que meu DVD player passa, ou um bom programa, feito que ainda se logra para quem tem TV por assinatura. E desta forma, opto por estreiar a coluna com uma dica: se você vai entrar de férias e já faz todas as caretas com as previsões dos medíocres reality-shows que estão por vir, não se desespere. Há luz no fim do túnel. Em julho, mês do meu aniversário, tem um monte de documentários legais no Discovery Channel, sobre Astronomia, sobre lendas - como a do Triângulo das Bermudas - e, para quem não pode contar com a TV a cabo, e assim como eu, se considera um aficionado por astronomia, basta sintonizar no canal TV Brasil, número 2, que vai exibir também documentários acerca do Universo. Astrônomos amadores ou meros aficionados, uni-vos; existe programa além dos malditos realitys e dos demais programinhas medíocres... Basta saber selecionar e, estar sempre de olho na telinha!

Crédito da Imagem: Google

28 junho 2011

Pelas Ruas de Brasília

OBS: O texto que segue abaixo é de autoria de Marcelo Torres, jornalista, baiano, cronista e radicado em Brasília, por ser uma bela homenagem à cidade.

De repente, cá estava eu nesta bela cidade de retas e curvas, endereços lógicos, cartesianos, cheios de siglas e números; endereços que chegam a dar tédio e raiva de tão lógicos, racionais, exatos.

Ao chegar aqui e me deparar com setor disso, setor daquilo - tudo certinho, bonitinho, organizado, sem precisar perguntar um ponto de referência para chegar a algum endereço -, não sabia se era a cidade que era estranha ou se eu é que era um estranho no pedaço.

O brasiliense costuma dizer que sua cidade é normal, estranhas são as outras. Dependendo do referencial, ele tem razão. Aqui, depois que se acostuma, você vê que isso tudo faz sentido - e como faz.

Familiarizado com as ruas personalizadas da Bahia de todos os santos, eu me senti um capiau na capital futurista do eterno país do
futuro. Senti-me um estranho numa cidade estranha aos meus olhos.

Seria a identificação na estranheza? Acho que sim, eu viria saber depois.

A verdade é que, antes de chegar aqui, eu nunca havia parado para imaginar o que seria uma cidade sem rua, sem avenida, sem praça, sem travessa, sem esquina, sem bairro. É isso mesmo! Brasília não tem nada disso!

Nunca pensei que pudesse ir a um endereço desconhecido sem perguntar "é perto de quê?" ou "Qual é o ponto de referência?" Sim, porque em Salvador o endereço ou fica perto de uma igreja, ou é vizinho de um supermercado, ou fica na subida de uma ladeira, ou depois da sinaleira à esquerda.

Em Brasília, não. Basta uma sigla, um número, uma letra e outro número e pronto! SQS 304 E 205. Todo brasiliense parece ter nascido sabendo que se trata da quadra 304 Sul, bloco E, apartamento 205.

Apesar de pequeno, só 10 caracteres, este é incrivelmente um endereço completo, exato, preciso. É mais fácil do que saber o nome do edifício. Aliás, em Brasília quase todo edifício tem um nome, mas ninguém sabe - nem mesmo o morador – e não precisa saber.

Nos
lagos Sul ou Norte, basta SHIS QI ou QL e quatro dígitos que o endereço estará completo e absolutamente achável. Ninguém tem dúvida do que seja um endereço tipo "SHIS QL 21-2-3" ou "SHIN QI 10-7-6".

Trata-se de endereços do
Lago Sul e Lago Norte, respectivamente. SHIS significa Setor de Habitações Individuais Sul, ou seja, Lago Sul. SHIN é a mesma coisa, sendo que o N é de Norte (Lago Norte).

QL é Quadra do Lago e QI é Quadra Interna. E os números indicam, pela ordem: quadra, conjunto e casa. Se você mandar uma carta para "João Silva, QL 22-7-9, Brasília", chega lá rapidinho, não precisa nada mais.

Com um mês e pouco aqui, você acaba aprendendo e achando tudo muito fácil também. Você fica batizado, entrou nos eixos, virou candango. E ai de você que não aprenda logo as coordenadas...

Em Brasília, se você perguntar "É perto de quê?", a pessoa pode lhe achar um ET, um louco, um debilóide. Aliás, outra coisa difícil é alguém parar outrem na "rua" para perguntar por um endereço. Muito dificil.

Mas Brasília tem seus pontos de referências, que saem na ponta da língua de todo e qualquer morador. É um tal de Eixão pra lá, eixinho pra cá, W3, L2, L4, essas esquisitices de letras, siglas e números.

O problema é que a explicação é sempre complicada.

O morador de Brasília acha que tudo é muito fácil - e óbvio -, mas o visitante não entende bulhufas do turbilhão de informações que lhe são passadas em bombardeio.

"De um lado tem as pares, duzentas, quatrocentas, seiscentas, oitocentas", explica o anfitrião. "Do outro, as ímpares, novecentas, setecentas, quinhentas, trezentas", conclui ele, crente de que se fez por entender.

Pela explicação, você pensa que de um lado só tem par e do outro só tem ímpar, e não é assim. De um lado ficam as quadras que começam com dígito par (de 201 a 216, de 401 a 416...) e do outro ficam as que começam com dígito ímpar (de 101 a 116, de 301 a 316...).

Se você levar ao pé da letra, ou melhor, ao pé do número, constará que tanto num lado como em outro há pares e ímpares. Outra coisa engraçada é que os anfitriões falam a seqüência completa das pares. Quando vai citar as ímpares, eles não dizem a última...

- Novecentas, setecentas, quinhentas e trezentas.

E você, na levada, fica esperando eles falarem das centas, mas eles não dizem, evitam, pensando que é "errado" (se as "centas" não estão no dicionário, as "duzentas", "trezentas", "quinhentas" também não estão).

Eu só sei que é muita informação para um baiano só. Afffff!!!!! Era muita coisa para minha cabecinha, tudo despejado de uma vez. Eu ficava sem nem saber por onde começar, não sabia nem o que perguntar...

Chegava uma hor da explicação que eu já estava pensando em voltar. Não pra Bahia, mas para o ensino fundamental, para um supletivo de 1º grau. E o anfitrião, sem saber da sua angústia, lhe dá um golpe de misericórdia.

- Não tem erro, é tudo muito fácil.

E aí, se tudo é muito fácil e você não sabe, então você se sente um burrico, um asno, um orelhudo.

Quadras comerciais e residenciais, entrequadras, superquadras, blocos, asas, eixos, eixão, eixinhos, setores, números pares e ímpares... Em meio a tudo isso, no terceiro dia aqui, estava eu procurando a quadra 309 Norte.

- É nas ímpares - me orientou aquele que seria a anfitriã.

E lá fui eu. Entrei na Asa Norte e fui seguindo placa e mais placa, até chegar até a 209. Da 209, um número ímpar, caí direto na 409, outro número ímpar, sem passar pela 309, que na minha ideia ficaria no meio das duas - mas não ficava.

Depois de rodar feito um doido, parei perdido e liguei para baiana brasiliense que me convidara.

- Onde cê tá? - ela atendeu.
- Passei pela 209, já tô na 409 e não vi a 309...
- É do outro lado, cê tá nas pares...
- Não, eu tô nas ímpares.
- Entenda, Marcelo, aí ficam as pares...
- Ué, mas 209, 409 não são ímpares, não?
- Não, 209 é par, fica nas duzentas...
- Peraí, em qualquer lugar, 209 é ímpar...
- Não, aqui em Brasília é par, é a lógica da cidade...
- Que lógica é essa?

E ficamos nesse é par, é ímpar, é par, é ímpar - até a bateria do meu celular descarregar e eu voltar para casa, desistindo do encontro, triste, me sentindo um traste, um nada. Nem sei como acertei voltar para a quitinete onde estava naquela primeira semana. Solitário, não tive ninguém para perguntar.

No dia seguinte, porém, a primeira coisa que fiz foi falar para os colegas de trabalho sobre a minha odisséia noturna pelas ruas, ou melhor, pelas quadras pares e ímpares.

Eles juntaram uns dez. Eles riram, riram muito. Mas fizeram fila para me explicar tudo, tin-tin-tin por tin-tin-tin, quadra por quadra. Do alto do 21º andar de um prédio no SBS.

E foi assim que fui entender essas "lógicas" brasilienses. Aí, meio sem jeito e sem graça, liguei para Flavinha e acertamos os ponteiros, fizemos as pazes, entre risadas pares e ímpares.

*Marcelo Torres é jornalista, baiano, cronista, radicado em Brasília
blog (
http://marcelotorres.zip.net).
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26 junho 2011

Vergonha Nacional

Dizem por aí que se Bin Laden tivesse vindo se refugiar por aqui, não teria sido morto. Quiçá seja verdade, tendo em vista que mais uma vez nosso país confirmou sua fama de paraíso dos bandidos. Só neste nosso país, de nos causar vergonha, que se concebe um cúmulo do absurdo desses. Extraditaram os jogadores cubanos, rapidamente, como se criminosos fossem, mas com o assassino Battisti passaram a mão na cabeça... E depois não se pode reclamar quando vierem as retaliações por parte da Itália. Pobre dos brasileiros que lá se encontram... de alguma forma vai sobrar para eles. Duvidam? Num jogo pelo mundial de vôlei, torcedores italianos jogaram laranjas nos atletas brasileiros!  Mas enfim, falemos de novidades: Blogger de cara nova! Queria dar uma incrementada no visual e, espero que o escolhido agrade aos leitores. Pretendo criar uma nova coluna, para comentar o que tem de bom ou até mesmo de pior, na telinha. E, aproveito para anunciar um novo blog, o Contos & Encantos, no qual concentrarei meus textos literários, contudo, como este ainda passa por ajustes, posteriormente disponibilizarei o endereço. Perdão pelo desabafo e espero que curtam as novidades. Abraços,

Lilly Soares

14 junho 2011

Que País é Esse?

Do jeito que as coisas andam, daqui a pouco vou acreditar na profecia dos Maias para o fim do Mundo em 2012. Já não basta a inversão crescente e alarmante dos valores morais, a apologia ao ensino errado do idioma pátrio - como que a fazer escárnio da já caótica situação da educação - e de vire e mexe se descobrir país afora, erros crassos do Ministério da Educação - isso que dá empregar a companheirada e não gente qualificada, diga-se de passagem - Mais uma vez o Supremo Tribunal Federal - STF - demonstrou meter os pés pelas mãos. Depois, já nem se pode espantar mais quando alguém disser que só falta estender um tapete vermelho - como aquele da cerimônia do Oscar - para os bandidos passarem como se fosse um mero desfile de celebridades. Acorda meu povo, não interessa as convicções político-filosóficas de Cesare Battisti, importa sim, que ele cometeu homicídio, não somente uma vez, mas quatro; e simplesmente ficou impune. O Supremo num vexaminoso atestado de incompetência, invalidou sua própria decisão pela extradição delegando a decisão final ao incauto ex- presidente e, como se não bastasse tamanha desfaçatez; faz ainda pior concede liberdade ao criminoso. Pronto, agora ele reclama a cidadania brasileira e, conforme se diz na sabedoria popular, o país se consolida com a imagem de lugar paradisíaco para os criminosos. O pior é haver ingênuos que julgam que absurda decisão seja sinal de soberania. Honrar tratados internacionais os quais o país tenha assinado, isso sim, é sinal de soberania. Até quando vamos ser mais do Mesmo? Até quando a música do Legião Urbana, Que País é Esse?, vai ser cada vez mais recente? Ai, quem dera poder responder... Por enquanto, só resta seguir lutando, afinal, ser brasileiro é não desistir nunca!

12 junho 2011

Feliz Dia dos Namorados

Bem, esta é apenas uma singela homenagem aos apaixonados, aos casais que sabem que amor não é só conto de fadas, nem só brigas, é construir uma relação e lutar para mantê-la constantemente. Segue abaixo um vídeo da Vivo com a música Eduardo & Mônica do saudoso grupo Legião Urbana. Aproveitem!

01 junho 2011

Amor e Revolução

Muito se fala que o brasileiro tem memória curta... O fato é que, para se ver boas obras da teledramaturgia que relembrem momentos importantes da nossa história - sejam eles bons ou não - é preciso saber escolher... Já comentei aqui acerca da novela do SBT, Amor & Revolução, acho louvável a iniciativa de uma novela que mostre mais do que apenas traição, uns passando a perna nos outros o tempo todo, peitos e bundas e todo e qualquer tipo de prosmicuidade, mas ao mesmo tempo é preciso zelo... A novela do SBT peca pelo excesso, seja de um elenco medíocre - com exceção de Cláudio Lins - seja pelo equívoco de mostrar apenas um lado de uma complexa história e investindo-se em enfatizar o lado pesado, sombrio... Bem, acredito que se deva dar um desconto, afinal Thiago Santiago ainda tem muito a aprender, em especial depois daquela sofrível Mutantes; a qual escreveu quando ainda era da Record. Se tivesse de aconselhar aos jovens, um programa para entreter e ao mesmo tempo, entender um pouco sobre os anos de chumbo, só me restaria indicar a série Anos Rebeldes de Gilberto Braga, reprisada desde o dia 30 de Maio, às 23h 45 pelo canal Viva da TV por assinatura. Primeiramente, por ser um trabalho dos tempos áureos de Gilberto, de tamanha qualidade, tanto quanto sua outra obra prima: Vale Tudo. Aliás, séries e novelas nacionais, eram boas as antigas, de uns tempos pra cá, a "qualidade" decai cada vez mais - talvez, Cordel Encantado possa estar fora dessa - Mas enfim, Gilberto soube como ninguém narrar acerca de tempos difíceis, mas sem perder um quê de ternura, tendo em vista a paixão do casal protagonista: Maria Lúcia e João Alfredo, interpretados pelos talentosos Malu Mader e Cássio Gabus Mendes. Esses dois tem química, tem entrosamento... nos faz gosto vê-los em cena, para além de nos informamos dos desmandos daquela época...
Além disso, Cássio soube cativar com sua performance, fazendo-nos torcer pelo João, assim como a Maria Lúcia de Malu Mader demonstra bem que se opunha ao regime da época, mas igualmente era contra violência, seja ela praticada por um militar, ou por um contrário ao regime - sim, porque ainda hoje se acreditar que os militares eram vilões demoníacos e do outro lado só havia santinhos, é no mínimo ingenuidade - A série Anos Rebeldes, sabe mostrar Amor e Revolução sem se utilizar de clichês, sem cenas caricatas, técnicas demais, sem emoção... A série tem outros personagens marcantes, para além dos protagonistas, como a Heloísa interpretada magistralmente pela Cláudia Abreu e permanece na memória cativa de quem a assistiu pela primera vez em 1992.  É uma série que apesar do horário péssimo, vale a pena ver de novo. O Cláudio Lins coitado, por mais talentoso que seja não vai segurar o pique sozinho por muito tempo... E sinceramente? Ter de ver naqueles depoimentos finais, pessoas como um certo Zé Dirceu pousando de santo... como se diria num famoso bordão de novela, Não é brinquedo não!
 

Anos Rebeldes/ Sinopse: 

O cenário é o Rio de Janeiro da classe média e a trama segue o romance entre os jovens Maria Lúcia e João Alfredo, e a trajetória de um grupo de colegas do tradicional Colégio Pedro II, desde 1964, quando se formam e se instala no Brasil o violento regime de ditadura, até 1979, altura em que a política governamental terá já influenciado definitivamente os seus destinos.
Maria Lúcia é uma jovem individualista, traumatizada com a história do pai, Orlando Damasceno, um jornalista conhecido e membro do Partido Comunista, que sempre colocou seus ideais acima da realização pessoal. Quando ela conhece João Alfredo, percebe que ele tem o mesmo perfil do pai e tem medo de se entregar à paixão. João, por sua vez, é um jovem de classe média extremamente preocupado com as questões sociais do país. Ao se apaixonar por Maria Lúcia, ele fica dividido entre o relacionamento afetivo e a militância política.
O melhor amigo de João, Edgar, também se apaixona por Maria Lúcia e passa a disputar o amor da jovem com João Alfredo. Com o perfil oposto ao do amigo, Edgar não se envolve com as questões sociais do país, preferindo investir na profissão e na felicidade pessoal.
Apesar de se amarem, Maria Lúcia e João Alfredo vivem em conflito por causa da política e da ideologia de cada um. O namoro dos dois fica ainda mais difícil quando ele decide entrar para a luta armada. Após muitos encontros e desencontros, os dois acabam se separando definitivamente. Ela se casa com Edgar, e João, perseguido pela ditadura, é obrigado a sair do país.
Entre os companheiros do movimento está Heloísa, filha do poderoso banqueiro Fábio Brito, que ajudou a financiar o golpe militar de 1964. De garota rica e mimada, Heloísa dá uma reviravolta em sua vida ao entrar para luta armada.
O destino dos personagens está diretamente ligado ao momento político do país, que não atua, na minissérie, apenas como pano de fundo, como ocorreu com o período histórico da minissérie Anos Dourados, também de Gilberto Braga.