18 fevereiro 2009

O Leitor



Sinopse: Michael tem somente 15 anos quando conhece Hanna, uma mulher 21 anos mais velha. É o início de uma delicada relação amorosa, marcada por pequenos gestos e rituais. A leitura de clássicos de Tolstói, Dieckens e Goethe precede os encontros. Ao longo de meses, o casal repete essas cerimônias, interrompidas pelo súbito desaparecimento de Hanna. Sete anos depois, Michael, estudante de direito, é convidado a tomar parte em um julgamento contra criminosos do regime nazista. Ele descobre que uma das acusadas é sua antiga amante, o que o lança a um vórtice de culpa e piedade.

A sinopse acima citada é do livro de Bernhard Schlink cuja adaptação cinematográfica, The Reader , é concorrente ao Oscar de melhor filme. Ralph Fiennes e David Kross interpretam Michael Berg - amadurecido e jovem, respectivamente - e Kate Winslet interpreta Hanna Schmitz, uma mulher madura que inicia um jovem de 15 anos. O legal do filme é que deste enredo de romance e drama, instiga-se à reflexão acerca da Legalidade versus Moralidade. Isto porque os protagonistas se envolvem a fundo, porém; sem conhecerem-se plenamente, resultando que Michael surpreenda-se consigo, ao descobrir ter amado uma ex-oficial nazista. Hanna, apesar de sua frieza e mistério, demonstra uma certa sensibilidade, ao importar-se com o garoto, e ao extasiar-se, toda vez que ele lia os grandes clássicos - como Odisséia - para ela. Que um desavisado não espere assistir a cenas em campos de concentração... Nem mesmo, uma cena mais ágil, o foco aqui é o romance, alheio à diferença de idade, e a decepção pessoal por amar e, paradoxalmente, odiar, a alguém que lhe proporcionou momentos inesquecíveis, e ainda assim; foi capaz de ser responsável pela morte de centenas de pessoas, no Holocausto e não demonstrar um pingo de remorso. Ao mesmo tempo, é verossímel por demonstrar que não importa o quanto frustremos nossas expectativas, quando se ama realmente, ainda que isso não seja conveniente, moral, ou certo; o sentimento prevalece, por mais que se lute contra ele...



É emocionante ver como na infinita complexidade do ser humano; a mesma pessoa pode ser fria, calculista e ainda assim, sentir amor; da mesma forma que a outra pode se descobrir chocada com o ser amado, sentir repulsa de si própria e, ainda assim, demonstrar compaixão enquanto dosa os seus sentimentos de culpa, aversão e amor reprimido...
Destaque para as brilhantes atuações de Kate Winslet - apesar de que ela aparece pouco em cena, para 124 minutos de filme - do jovem David Kross - que ao meu ver, comoveu mais o público e expressou melhor os dilemas do personagem, que o veterano Ralph Fiennes - e de um já maduro Michael/Fiennes que tem de aprender a lidar com seus "fantasmas" e a prosseguir com sua vida. E, sem dúvida alguma, mereceu a indicação ao Oscar e, acredita-se; é um candidato forte.

Trailer do Filme

Um comentário:

  1. O Texto está fantástico. Eu deveria dizer que em poucas palavras colocou uma opinião, ao mesmo tempo, uma critica e descreveu bem o filme, não só como mensagem e conteúdo, como também em história. Seu blog está ficando cada vez mais jornalístico e virando um verdadeiro roteiro de indicação de noticias, bons filmes, livros e entretenimento. Por isso só devo parabenizar-la. Eu vou ver esse filme, está na minha lista de favoritos. Pelo que li, ele deve ser ótimo

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