Aproprio-me de citação de Alfredo Gastal, superintendente do IPHAN - Instuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - no Distrito Federal; para protestar contra mais um "capricho" do famoso arquiteto Oscar Niemeyer. OK, não sou Phd em arquitetura, mas entendo de harmonia e, sem dúvida alguma, o Museu da República, e a Biblioteca Nacional de Brasília, são provas 100% concretas, de que genialidade não está dissociada de falibilidade. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso estético, percebe que o Museu, que parece mais uma imensa Oca de concreto maciço; e a Biblioteca, que mais parece uma enorme caixa de sapato, mas enfeiam do que embelezam a cidade e, ainda por cima, atrapalham o campo de visão, para a magnânima e esplendorosa Catedral Metropolitana de Brasília. Contudo, ao menos constavam no plano original da cidade, ao contrário da Praça da Soberania. A polêmica é: que Niemeyer almeja construir tal praça, no canteiro central do Eixo Monumental, a poucos metros da Rodoviária, o que representará, se implementada, uma violação ao tombamento do Plano Piloto. Além de, desrespeito para com uma das únicas obras de Lúcio Costa na capital. Seria até, prejudicial a outras obras de Niemeyer, que pretende construir um Obelisco de 100 metros de altura, que prejudicará a visão do Congresso, e um edifício destinado a ser um memorial dos presidentes - e isso é algo de que se valha a pena lembrar, pergunto?
A justificativa para tamanho "capricho", é de que seria um presente para os 50 anos da capital. Ora, não seria mais certo, e até lógico, reformar os patrimônios históricos da cidade, já construídos, que estão necessitando? Como a própria praça dos Três Poderes, o Teatro Nacional, a Rodoviária; dentre outros... Sim, muito se fala do grande Niemeyer, meio que confundindo sua história com a de Brasília, e acaba se esquecendo que também se deve crédito a Lúcio Costa, pelo projeto do Plano Piloto. Aliás, talvez um dia, este plano não possa mais ser considerado como as asas de um avião, mas sim; a pernas de uma centopéia - além das Asas Sul e Norte, já criaram Setor Sudoeste e, já constróem o Noroeste - mas não é a discussão aqui. Já que se fala de uma superestima a um arquiteto, que contribuiu na história da criação da capital federal, contudo, nem sequer vive aqui, e, mesmo assim, decorrente de sua fama; é visto como alguém que não deve ser questionado... Como um gênio, que nem sequer, pode-se supor que seria capaz de errar... Não é bem assim. Lei é lei. Está no tombamento feito pelo DF em 1987 e, está também no do governo federal, datado de 1994. E ainda tem o título de: Patrimônio Cultural Mundial, concedido pela Unesco, que devem ser respeitados. Fama e prestígio, não deveriam estar acima da lei. Disse, não deveriam, sei que aqui é Brasil... Espero que a polêmica seja resolvida, optando-se pela não construção de tal praça. Em respeito ao tombamento,e também, pelo medo de tar mais uma obra de 100% concreto, para enfeiar ainda mais a paisagem. Se ao menos fosse uma obra como o Museu de Arte Contemporânea - MAC - de Niterói... Conforme comparação exemplar, feita por renomado professor da Universidade de Brasília - UNB -, tal presente - a construção da praça - seria como um Cavalo de Tróia; que abriria caminho para uma triste derrota da rica história de Brasília.
Museu de Arte Contemporânea - Niterói - RJ.
Concordo plenamente com você. Embora amar o Niemeyer, eu acho que algumas construções são modernas demais e ao invés de trazerem sofisticação, acabam trazendo simplicidade de uma forma muito superficial a grande genialidade arquitetônica
ResponderExcluir