27 julho 2009

Ética pra que?


Muito se fala do príncipio da moralidade na Administração Pública. Aliás, é tema recorrente de concursos públicos. O famoso LIMPE - Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência - dica para se lembrar dos princípios explícitos contidos na Carta Magna. Contudo, da teoria a prática, há uma distância que não se sabe dizer se supera a da Terra à Lua, por exemplo. E, não se trata apenas dos escabrosos e intermináveis escândalos do Senado, como um todo, ou daquele do que se autoentitula vítima de um "complô" da mídia, ou da oposição; aquele que nem se precisa citar quem... aquele famoso oligarqua. Muito menos, se pretende referir àquele que em tempos remotos - quando era de oposição - pregava uma retórica de defesa plena da ética e, uma vez no poder, como se diz em dito popular, corrompeu-se até o mais profundo da alma. Não! Trata-se da depredação dos principais valores morais, em meio à comunidade. Na nossa vizinhança... No trabalho... Ou do que, "culturalmente" se costuma de chamar de "jeitinho brasileiro". Para alguns, trata-se de um mero jeito criativo de burlar, sem malícia, algumas regras. Já para outros, é apenas um jeito bem malandro de se comportar, como se as regras existissem apenas para ser quebradas, ou de enfeite, ou sem sentido. É quando, por exemplo, se para numa vaga reservada à deficientes, ou aos maiores de 60 anos, porque é rapidinho; ou porque ninguém vai ver... É quando se frauda uma carteirinha de estudante, e se pensa: "Ora bolas, que mal há nisso? O ingresso é caro mesmo! Ou todo mundo também faz isso...!
E aí aos poucos, se chega a um cenário lastimável, como o dos tempos atuais. Um cenário onde prevalece o individualismo, o salve-se quem puder, a ideologia de se conseguir sucesso a todo custo, não importa em que se tenha de pisar... E assim... vira vítima de escárnio e zombaria, quem simplesmente ousa "remar contra a maré". Babacas, caretas, retrógados e todo tipo de termo pejorativo se usa para rotular quem ainda se mantém fiel aos valores essenciais da ética. A pior desculpa, é se justificar de um ato falho, alegando que todos são assim, ou do que adianta ser certo, se os políticos roubam e nada se faz? Entendo, que honra, moral e ética juntos, ainda são a maior herança que os pais podem deixar a seus filhos. Talvez, eu seja uma solitária um tanto utópica... Mas, contrariando um ideal padronizado de sucesso, que é imposto a todos, sucesso é poder ser feliz, se estabilizar na vida, sem ter de pisar ou prejudicar ninguém. Afinal, nem só de matéria que se vive o ser humano. Na loucura desenfreada deste mundo moderno, só uma espiritualidade genuína e avançada, para permitir o equilíbrio.

2 comentários:

  1. Lilly, o visual do teu blog tá lindo! Nem tive chance de ler muita coisa, mas fiquei muito satisfeita com o que vi. Tu escreves muito bem, e o mundo tá precisando de gente mais crítica.
    Lembrei de ti; no vestibular que fiz agora, final de semana, tínhamos que escrever uma carta pro presidente do STF, defendendo ou não a falta de obrigatoriedade no diploma em Jornalismo. Adivinhas a minha posição? :)
    beijão, continua assim!

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  2. amiga o curso de Astrofísica, acredito que vai as inscrições ate amanhã dia 30/07 e so verificar...agora quanto aos nossos governantes so vai melhorar quando o povão tiver consciência política... e isto ainda esta longe para acontecer...valeu...fuiiii

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