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12 novembro 2012

É Sério Isso Aí?

Nada tão ruim quanto acordar bem cedo, neste maldito horário de verão, num tempo frio e chuvoso e ainda ter que enfrentar a imensa gama de ansiedade que nos acomete em dia de prova de concurso público. Seja qual for a distância da nossa casa até o local de prova, vai sempre parecer que todos os sinais ficam vermelhos quando mais se tem pressa, que a fila do engarrafamento na qual se encontra é a única que não anda e que ao chegar, nem dará tempo de comprar uma água, um chocolate ou um drops. Se é que tem como o cenário ficar pior, a fila do banheiro minutos antes da prova parece interminável... 

Aí depois, alguns milésimos de segundos - parece uma eternidade - antes de se entregar as provas aos candidatos, você confere se desligou o celular, se tirou o relógio, se a caneta é de tinta preta, transparente e se tem carga... Vê um burburinho entre um ou outro candidato  e aí lá vem o inacreditável...
Não que tenha surgido de súbito, um furacão, terremoto ou algo similar, mas uma situação corriqueira, de alguém que notou não ter trazido uma caneta preta, só azul. E agora? Pergunta-se à fiscal de sala? O que pode parecer deveras banal no cotidiano, nessa situação, pode ser um problemão. Solícita, mas indiferente - se é que tal é possível - a fiscal diz que não lhe é permitido emprestar material, porém se algum outro candidato o puder, problema nenhum tem.

"Mas como?" Brada uma pessoa indignada. "Isto é absurdo! O edital proíbe." 
Outros, estupefatos, dizem quase em coro: mas ainda nem começou a prova, não pode durante! 
Não é o que tá previsto no edital! Contesta com uma certa f'uria a incomodada com tal mesquinharia. 
A fiscal fica sem graça, nem tem como esconder...
Alguém repete: Não pode durante a prova, não precisa estar escrito, é óbvio!
Outros burburinhos pairam no ar..."Que babaca!"... "'E serio isso?"
Mas a pessoa insiste em reclamar...
Sem saída, a fiscal vai até sua superiora perguntar. E se deduz que a resposta seria não, mesmo antes da prova, não se pode emprestar material. Dito e feito.

Outras pessoas se indignaram. Outra, solícita, disse que daria uma de suas canetas reserva, em vez de emprestar...
Eu, por timidez ou medo, seguro-me para não falar: Se fosse assim, que se retirem da sala quem tiver lanches, água ou qualquer algo do tipo, afinal o edital decreta: em cima da mesa somente a identidade e a caneta preta fabricada em material transparente! Logicamente, com o mode on sarcástico ligado.
Todavía, o cenário do feito mesquinho ia ficando para trás... O sinal estava prestes a tocar e agora cada um faz sua parte e Deus por todos! Vida de concurseiro é labuta, luta constante, quase que interminável...
E com certeza, faz parte, situações tão esdrúxulas, que beiram ao surreal e ridículo...

19 julho 2012

E Quando Se Pensa Que Não Vai Ficar Pior...



Diz um famoso dito popular que pior do que está não fica. A continuação do programa O Maior Brasileiro de todos os tempos é a prova do contrário: pior do que está, fica sim e, olhe lá, tenho até medo de ver quem estará nos 12 primeiros lugares...
Mais uma vez, longe da proposta de mostrar personalidades que tenham marcado a história ou, no mínimo, feito algo significativo para o país, apareceram na lista: Xuxa - sem comentários -, "apóstolo" Valdemiro Santiago, Edir Macedo - como? - pastor Silas Malafaia...
Chega de lista absurda né não? Não dá para saber nem o que pensar... Seria um tipo de protesto irreverente? Ou apenas mero retrato de alienação e falta de bom senso?
É lamentável, que nomes de personalidades realmente importantes não tenham aparecido, assim como os que apareceram tenham de dividir espaço com famosos, que ainda assim, não deveriam estar na lista do maior brasileiro de todos os tempos...
Como se não bastasse, o SBT quer fazer um especial da melhor música brasileira. Como já de se esperar, cada absurdo na lista.... No dia que der todas as votadas, vai ser mais um vexame...
Alguém duvida? 

Crédito da Imagem: Google

12 julho 2012

Vergonha Alheia

Primeiramente, esclareço que acho louvável a iniciativa do SBT. Obviamente - ou ao que parece, nem tanto assim - a iniciativa de se fazer um programa de forma a destacar notáveis brasileiros e depois abrir à votação para se escolher o Maior Brasileiro de Todos os Tempos, intencionava destacar a grandiosidade de  cidadãos que de alguma forma tenham deixado sua marca na história, ou se preferir, que tenham contribuído e realizado algo diferencial e marcante cuja consequência tenha sido benéfica ao país. Contudo, não sei se por pura alienação e/ou comodismo ou pirraça - não se sabe direito nem o que pensar de lista tão esdrúxula -  o que se pode ver, nos 60 escolhidos demonstrados, é uma "aberração", ou no mínimo, um sinal claro de que o povo - ok, grande parte dele, afinal não se deve generalizar - não conhece, ou ainda pior, sequer liga para a sua história. Entraram na lista, cantores, jogadores de futebol, cujo desempenho em suas respectivas carreiras pode ser até o melhor, mas daí a considerá-los como um dos maiores brasileiros de todos os tempos? Até uma atriz, da versão brasileira da telenovela Rebeldes, entrou na lista e, pasmem, na frente de nomes como Tom Jobim, Oswald de Andrade e....
Chega, nem precisa especificar que é vergonha alheia total né não? No início do programa, apresentado pelo renomado jornalista Carlos Nascimento, fora demonstrado os indicados nos outros países e, se tratava de nomes históricos, de personalidades que realmente fizeram a diferença, que contribuíram em alguma coisa de extrema relevância aos seus países de origem. Aqui, no país do samba, carnaval e futebol, muitos foram esquecidos para dar a vez, a criações midiáticas como o cantor Michel Teló - vergonha alheia total - e chegou-se ao cúmulo de figurar na lista, até mesmo o ex-palhaço e agora deputado, Tiririca. Se bem que, cúmulo do absurdo mesmo, foi ter figurado na lista, o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello. Que parte do povo é memória curta, é fato, afinal, esse ser foi eleito senador, mas daí a esquecer todos seus maus feitos e colocá-lo na lista de um dos maiores brasileiros de todos os tempos... Sem comentários! O que mais falta? Nos 40 primeiros teremos Paulo Maluf? Sarney? Demóstones Torres? Carlos Cachoeira? Aff, infelizmente, do jeito que a tal lista, anda esdruxula e vergonha total, não duvido de mais nada....
Lamentável um jornalista competente como o Nascimento, ter passado por tal constrangimento. A um espectador bem atento, era notável um certo desconforto do apresentador, tamanhos disparates dessa lista... E como ele muito bem disse uma vez, no jornal do SBT,  ao criticar os sucessos instantâneos via Internet, "Nós Já Fomos Mais Inteligentes"

Crédito da Imagem: Google

16 dezembro 2011

Fim do Mundo?

Carissimo leitor, não se preocupe. Não se trata de mais um texto alardeante acerca de especulações e teorias estapafúrdias do calendário Maia e sua suposta previsão de fim dos tempos. Mas sim, da mania cada vez mais crescente do Estado de interferir na vida particular em assuntos sem nexo. Ou melhor, é sobre a ingerência do Estado na vida do cidadão comum, querendo dizer como este deve ou não, por exemplo, criar os seus filhos. Ora, câmara dos deputados aprova a denominada Lei da Palmada, que proibirá os pais de educar aos filhos com um jeito mais duro, entenda-se em bom português: palmadas ou castigo físico. Antes, vou esclarecer duas coisas, primeiro: sou totalmente contrária à violência gratuita e injustificada. Segundo: Voltando à realidade, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso sabe, que ao se educar uma criança, por vezes, apenas diálogo não basta. Eu mesma levei palmadas, e castigos, e já disse isso aqui, que jamais me deixaram traumas ou pertubações psicológicas e, ao contrário, me permitiram ter limites e respeito de forma a saber que a minha liberdade e direito, acabam quando começa o dos outros.
Será que já não basta a mentalidade de hoje em dia, a individualista, a que prega que todos devem ligar o Foda-se - com o perdão da expressão - e que os demais se danem? Já não basta o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - que, tenho minhas suspeitas, foi bolado por legisladores que acreditam viver no reino encantado de Peter Pan, elencando direitos, sem atentar para os deveres. Os jovens que hoje não respeitam nem aos da mesma faixa etária e desrespeitam aos mais velhos e aos pais? Já não chega toda porcaria expressa na mídia, ou onde quer que seja, que ataca a instituição familiar, célula mais importante da vida em sociedade - ou a menos deveria ser - e agora isso? Onde esse mundo vai parar? O que nos restará fazer? Só Deus sabe a resposta...

08 setembro 2009

Desabafo de Concurseiro (a)

Aff, faz-se extremamente necessário uma regulamentação adequada para o exemplar funcionamento dos concursos públicos. Ora, há milhões de concurseiros no país todo, os quais dedicam todo seu tempo, dinheiro e investimento nos estudos, além da tensão e ansiedade habituais, no dia da prova, descobrem, em seguida, que tamanho investimento foi em vão....
A banca organizadora do certame, é despreparada, mal organizada e compremete a lisura do concurso... Cancelam-se provas... As remarcam sem saber, ou imaginar, se o novo dia previsto, maior parte dos candidatos também não estariam inscritos em outros concursos... Sem contar também, as questões extremamente mal feitas, com comandos confusos, ou mais de uma resposta certa... Bem, nem parece que a banca examinadora teve tempo suficiente ou melhor, dedicação a fim de realizar algo bem feito... Na verdade, é difícil dizer quem agiu pior, se o órgão que dispõe a vaga a ser preenchida ao fechar contrato com uma banca organizadora qualquer, a fim de pagar mais barato - e não necessariamente pela qualidade - ou se a banca, que não demonstra um mínimo exigível de organização e serviço qualitativo prestado...
A quem nunca passou situação parecida - e, sinceramente desejo que nunca passe - refiro-me ao recente concurso para o Ministério da Justiça. A Funrio, deixa muito a desejar em critérios qualitativos e, os concurseiros que se virem para remediar algo que não lhes deve ser atribuído... Bem pior foi para os candidatos que além do tempo de estudo, investiram dinheiro ao se deslocar de suas cidades e vir realizar as provas na capital federal... Será que vão lhes restituir o dinheiro gasto em vão? Ops... não se trata de uma utopia! Ah, e sem falar nos tópicos do edital, que muitas vezes nem dão o ar da graça nas provas... Ou matérias que nada tem a ver com o exercício do cargo a ser disputado... Alguns poderiam dizer, mas isto é necessário para classificar os candidatos... Bem, acredita-se piamente, na lógica de selecionar o melhor para o cargo, cujo conhecimento teórico seja aplicável a prática, ou não? Ou se pretende apenas um subtefúrgio para eliminar candidatos? Sinceramente, tenho minhas dúvidas se o cobrado em concurso realmente serve para medir conhecimento, ou, se em meio a questões que o fazem, há também inúmeras, cuja finalidade serve apenas ao intuito de eliminar por eliminar... Não a toa, uma metáfora muito utilizada é a de que os membros de uma banca examinadora, são pessoas frias, calculistas e perversas que conchavam a melhor maneira de ferrar o candidato...
Pior que tudo isso, só ter de fazer provas, nas quais caia matemática - e um ínfimo e quase inexistente espaço para rascunho - sem poder usar lápis e borracha, assim como não poder utilizá-los para o esboço da redação... A justificativa? Evitar cola, fraude... E não poder usar relógio a fim de controlar o tempo de resolução das questões? Hum... melhor por aqui... a tão sonhada recompensa da estabilidade no serviço público, tem também suas mazelas e aborrecimentos, talvez até numa lista grande... melhor não extender muito... Agora, concurseiros merecem e exigem respeito, e alguma providência, urgente, deveria ser tomada... Mas a grande mídia, só se preocupa e considera o vestibular, não é mesmo?

02 agosto 2009

É Proibido Proibir!


A Ditadura Militar pode ter acabado, mas alguns de seus resquícios insistem em permanecer em voga. Como o "fantasma" da censura prévia. Explica-se: recente decisão da (In)Justiça - inconstitucional e contrária ao direito à informação - proibiu o jornal o Estado de São Paulo e o portal Estadão de publicar reportagens acerca da operação Boi Barrica, da Polícia Federal. O recurso judicial que se enquadra como censura prévia, foi apresentado pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, que se encontra na "UTI" devido às sucessivas crises. O pedido do empresário chegou ao desembargador Dácio Vieira, na quinta-feira, 30 de Julho, e já na sexta-feira fora concedida liminar na qual determinava que o jornal não poderia mais publicar nada referente ao assunto. E, por "cada ato de violação do presente comando judicial", ou seja, para cada reportagem publicada; seria aplicada uma multa de R$ 150 mil. De acordo com os advogados do empresário, o veículo de comunicação teria praticado crime ao publicar trechos das conversas telefônicas - autorizadas judicialmente - gravadas na operação da PF, além de divulgar dados da investigação que ferem a "honra" da família Sarney. Ora, desconsiderando-se tal "justificativa" esdrúxula e estapafúrdia, já que, atitudes ilícitas e antiéticas, por si só, já são suficientes para macular a honra, a questão aqui é a anuência do Judiciário contra a liberdade de Imprensa e, a afronta à Constituição. Como se não bastasse, tal ato se torna mais absurdo, levando-se em conta o conflito de interesses existente! Ora, o magistrado autor de condenável feito, é próximo de Sarney e do ex-diretor do Senado, Agaciel Maia, também um dos ícones, pode-se de dizer assim; dos sucessivos escândalos. Instituições ligadas à área de Imprensa e de defesa do Estado Democrático de Direito, manifestaram-se contrárias a respeito desta, no mínimo duvidosa, decisão judicial. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - também manifestou seu repúdio. Segundo o representante da Associação Nacional de Jornais - ANJ - o jornal deve recorrer a fim de reverter esta liminar. E, o Estado de São Paulo já se pronunciou alegando que não se deixará intimidar. Posição, mais que acertada.! As informações censuradas, são de interesse público e a sociedade tem - além disso, deve ter respeitado - o direito de ser informada acerca de temas relevantes que sejam de interesse público. Se o clã Sarney e seus defensores se preocupam tanto com o conceito de honra, porque não o demonstram, tomando ao menos, alguma atitude decente, como por exemplo, Sarney abdicar da presidência do senado e, sobretudo, abdicar da imunidade parlamentar e demais benesses de senador? Eis uma pergunta que não quer calar! Até lá, a sociedade deve ficar de olho, se tal censura vigorar, quantas mais virão depois? Além disso, interesses individuais e escusos do clã, não devem, nem podem; prevalecer perante o direito coletivo e constitucional de livre acesso à informação, em especial, a de interesse público.



Texto: Lilly Soares
Fonte: Observatório da Imprensa, Estadão (online)
Crédito da Imagem: Google

02 julho 2009

Vergonha Total


Ética parece ser uma palavra de conceito inexistente para os pra-lamentares da Câmara, que deveriam - disse deveriam... - exercer a função constitucional de representar o povo brasileiro. Contrariando o mínimo de bom senso que se espera de um comportamento ético, o Conselho - "supostamente" - de Ética da Câmara, por 9 votos a 4, rejeitou a cassação do deputado Edmar Moreira (sem partido - MG). Isto mesmo, aquele do castelo avaliado em R$ 25 milhões; localizado no interior de Minas Gerais. Ao que parece, ter afastado o primeiro relator do Conselho - deputado Sérgio Moraes, aquele que se lixa para opinião pública - logo que este demonstrou tendência para absolvição sem nem ter feito o relatório, de nada adiantou. Aos membros do conselho, gastos exorbitantes com dinheiro público, são passíveis de uma branda suspensão de prerrogativas. Como se não bastasse, o jogo de interesses que caracteriza a política continua a correr solto...
Apesar do coro de "Fora Sarney", o presidente da República - além de ter demonstrado apoio e dito que Sarney não podia ser tratado como um qualquer - mexeu os pauzinhos para "aconselhar" a bancada petista a não defender a bandeira favorável à saída do titular do Senado. Aqui, a ética que se exploda - deve ser o que pensam - mas perder apoio político ao (des)governo e permitir que a oposição se apodere de uma posição estratégica... Nem pensar! Na prática, é melhor varrer as sujeiras para debaixo do tapete e fingir que tudo será resolvido. Ah, e tem o famigerado recesso parlamentar... Um período muito bem vindo para os protagonistas dos sucessivos escândalos, porque assim o tempo passa, os acontecimentos caem no esquecimento... Daí a mídia se ocupa com as novas celebridades instantâneas dos cada vez mais frequentes reality-shows; ou até que surja um novo escândalo qualquer... Enquanto isso, as reformas política e tributária ficam cada vez mais distantes, uma utopia!


Texto: Lilly Soares
Crédito da Imagem: Google


27 junho 2009

Complexo de Vítima...


Circula via internet campanha de Fora Sarney! Primeiramente, é ótimo observar que ainda há indignação correndo nas veias dos cidadãos brasileiros. Para além dos escândalos dos atos secretos, da farra das passagens áreas, do dito pelo não dito, e das providências tomadas, na maior parte, para inglês ver... Infelizmente, o cenário ainda é o mesmo! Os pra-lamentares com o cinismo e cara de pau, que lhes parece inerente, sempre culpando a mídia, a um inimigo qualquer anônimo e; porque não? até ao fato de simpatizar com o presidente! Eis a nova desculpa esfarrapada do presidente do Senado, a de ser perseguido por apoiar o presidente. Por sua vez, o presidente repete o comportamento de defender os políticos envolvidos em escândalo, isto; quando não vem com o disparate de alegar que não sabia de nada. Já diria um slogan de um famoso seriado de TV, "O Governo Nega Ter Conhecimento"! A questão é que o Legislativo está na UTI, precisando de uma "faxina" urgente; caso contrário, corre o risco de perder sua legitimidade enquanto instituição e poder da República. Refutando-se os argumentos simplistas de "denuncismo" feitos pelo representante do Executivo; as atitudes - ou a falta delas - demonstradas pelos pra-lamentares, de escárnio e indiferença para com a sociedade e o óbvio desrespeito à sua função constitucional de representar o povo - no caso dos deputados - e de representar os estados da federação - no caso dos senadores - constitui, é fato, a real causa da incredulidade do Legislativo perante a sociedade. Assim como é fato que a saída de Sarney, pode até apaziguar os ânimos da Opinião Pública, mas será insuficiente para moralizar o Congresso. Não que se esteja defendendo o presidente do Senado, mas punir ou massacrar, apenas um, dentre tantos com postura aéticas, não seria a melhor solução. Resta esperar que a indignação continue a correr nas veias dos cidadãos de bem de nosso país e, que a sociedade se manifeste, faça pressão e assim, seja o primeiro passo, ainda que tímido; no intuito de moralizar a política. Isto um dia será possível? Quisera ter a resposta, mas sei, que todos já se cansaram do complexo de vítima que os incautos políticos possuem, ou apelam para justificar o injustificável!

16 junho 2009

Culpa Solidária


É sempre assim, estoura-se mais um escândalo da "Pizzaria" Congresso Nacional, e se arma o circo. A fim de ludibriar a Opinião Pública, ou fazer média, se fala em desculpas esfarrapadas, infundadas; inaceitáveis... Ou logo se apela para o que poderia se chamar de Culpa Solidária... Explica-se: Sarney - que deveria ser sinônimo de cinismo, junto com toda a corja - teatralmente, se justifica alegando não poder ser o único culpado. Se há um estrondoso escândalo, há de se ter "solidariedade" e arranjar vários culpados, caso contrário; só falta dizer que nem deve haver punição. A "raiz" podre do sistema teria tido início antes da gestão dele; e, parodiando o presidente, a "inocência imaculada" de nada sabia... Ou então, apela-se para o discurso preferido das "vítimas" de plantão: trata-se de mera perseguição da mídia, de inimigos que conspiram para derrubar e macular o Poder Legislativo... E nada demais acontece, até que se estoure o próximo escândalo. Ou até que se apareça uma nova musa para exibir seu corpo na televisão. Num cenário extremamente surreal é como se se assistisse jornal como quem vê uma novela - ficção - e a novela fosse mais real ou interessante que a própria realidade... Enquanto a indignação do cidadão brasileiro se encontrar sepultada, ou como diria a música do Skank, como uma mosca sem asas que não ultrapassa as janelas das nossas casas; só restará esperar mais um capítulo da República das Bananas e seu ciclo de escândalos sucessivos.

Crédito da Imagem: Google

08 abril 2009

E o Impasse continua...


O velho dramalhão mexicano parece não ter mais fim... Todo ano é a mesma lenga-lenga, professores cogitando fazer greve, e o GDF com o velho discurso de disco arranhado, não tem verba... Os alunos, talvez baseados em um pensamento imediatista, costumam achar bom, afinal uns dias sem aula, significa mais tempo para curtir com os amigos, ou para dispensar à outras tarefas. Contudo, a longo prazo, como de praxe, eles são - sempre - os mais afetados com toda pendenga. Não tiro a razão dos professores, claro, afinal lhes dão uma responsabilidade muito grande, a começar por trabalharem como educadores num país onde a educação vale menos que... - melhor não dizer. Agora o capítulo do enfadonho drama ganhou novo requinte de crueldade. Tudo por conta de uma lei que o próprio governador sancionou e por escusas não intenciona cumprir. Trata-se da Lei nº 4705 de 28 de Dezembro de 2007 que entrou em vigor no dia 1º de Março de 2008. Detalhe, tal lei é fruto de proposta feita pelo GDF e aprovada pela categoria em Assembléia Geral, na qual estipulou-se que haveria reajuste salarial para os professores. Este reajuste previsto na lei, tem como base o crescimento do repasse do Fundo Constitucional do DF, que para 2009 é de 19,98% sobre os valores repassados em 2008. Em outras palavras, os recursos estão garantidos, mas o governador com complexo de engenheiro e seus assessores insistem em contar a lorota de que a crise econômica acarretou uma menor arrecadação e desta forma, não se tem como pagar o devido reajuste salarial aos professores. Pura conversa para boi dormir, com o perdão do uso do lugar-comum. O fato é que para as obras "faraônicas", supérfluas e sem necessidade, sempre há grana disponível no caixa do governo. Como gigantes painéis digitais que contam os dias para o aniversário de 50 anos da capital federal, como para reformar o estádio Mané Garrincha e mais absurdo, no incerto intuito de que a capital sedie a próxima Copa do Mundo, assim como para construir o VLT - veículo leve sobre trilhos - que ligará o aeroporto à Torre de TV. Equanto isso, o sistema de transportes coletivos permanece como o mais caro e precário de todo o país, nos hospitais públicos econtra-se o caos e a educação? Ah, deixa para lá, realize-se obras faraônicas e minta-se muito em propagandas pró-governo na televisão. Mais lamentável, é a imprensa comprada da cidade, que publica a versão do governo, mas se esquece do básico do bom jornalismo, ouvir os dois lados da questão. É óbvio que é uma pena pelo ponto de vista dos alunos, os que acabam sendo os maiores prejudicados sempre... Mas neste caso, mais que em qualquer outro ano, o Governo está sendo displicente e, querendo fazer pouco caso de uma lei, que paradoxalmente, ele mesmo criou... O jeito é rezar pedindo um milagre, porque parece que este é apenas o começo do já batido dramalhão. E tirando os alunos que ficarão prejudicados, este problema vai ser mais um dentre tantos que ou se banaliza, ou ficará esquecido nos caminhos da memória curta... até que se repita, ano que vem.

Texto: Lilly Soares
Imagem: http://superdupergames.org/

30 março 2009

Rir Para Não Chorar...



Algumas vezes tenho vergonha de ser brasileira... A todo dia só se vê mais escândalos, roubalheira, violência e impunidade retratados nos jornais. Por vezes dá vontade de se "desligar" do mundo, e não mais acompanhar as notícias... Aproveito para expor minha opinião, acrescentando que não intenciono ser a dona da verdade, porém, aproveito para desabafar... Exagerada a posição da Imprensa perante o caso do escândalo da Daslu. Primeiro, porque a sentença máxima é de 30 anos e, não há quem tenha a cumprido na íntegra, logo os 94 anos da sentença, não vão ser mais que mero "papo para boi dormir" - permitindo-me utilizar de linguagem popular. Tá certo que não sou PhD em Direito Penal, e talvez haja conflito no que é defindo no Código Penal em casos de crime contra o fisco; mas até onde sei, sonegação fiscal é crime e, como tal, pressupõe-se que nada há de mal, em ser punido... Ah, a protagonista desta história é de classe alta, dona de loja que representa o luxo e a ostentação de classes abastadas... Isso é mero detalhe! É certo que há crimes hediondos cujas punições são irrisórias, contudo; erros na aplicação da Justiça, não devem servir de desculpas para se justificar outros. Segundo, e mais revoltante; é a conduta sensacionalista da Mídia, optando por "martirizar" a empresária em vez de voltar o foco ao que realmente interessa... Aonde estava a Imprensa a quem cabe, enquanto Quarto Poder, fiscalizar os demais poderes no intuito de servir aos interesses do bem comum da sociedade? Onde estavam os editores de Veja, Isto É, e demais veículos de informação, na hora de cobrar a responsabilidade social dos jornalistas do Senado, que atuam coniventemente com a tremenda farra parlamentar? Ou eles vão se atrever a alegar que não sabiam, da "mamata" que rolava solta - e ainda deve rolar - na Câmara Alta do Congresso? Excesso de cargos de diretoria, horas extras pagas em períodos de férias e, outras coisitas mais, que nem nosso imaginário mais profundo ousaria cogitar... Tudo à custa de dinheiro público. Cadê a indignação dos editorialistas, quando uma pessoa menos abastada é condenada a um mês de prisão, por crime não tão grave e, por não ter como pagar um advogado de ponta, permanece há mais de anos no presídio? Cadê a Imprensa cobrando que as leis penais sejam mais severas e não tão permissivas com o crescente avanço da violência e impunidade? Esperando o próximo crime que causará comoção, na hora em que se estiver sendo feito sensacionalismo acerca dele? Porque não levam a sério o jornalismo investigativo e, denunciam que muitos servidores do senado, fazem-se de desentendidos porque aproveitam as benesses pagas com dinheiro público para fazer seu pé-de-meia para o futuro? Sim porque, achar que o cinismo está só entre os pra-lamentares, é no mínimo, ingenuidade. Não é a toa que concurso público para o Senado Federal é disputadíssimo... Ganhar aquele alto salário, todas aquelas benesses, e não necessariamente trabalhar, quem não iria querer? Alguns vão indagar... Pior que isso, só o cinismo dos políticos, fingindo se chocar ao estouro midiático dos escândalos... E assim caminha o triste cenário político, num ciclo virtuoso que aparenta não ter mais fim, ao menos, não tão cedo.

Texto: Lilly Soares
Imagem 1: http://especiais.ig.com.br/bababrother/2009/03/09/bbb9-justica-onde/
Imagem 2:http://subbuteo.blogs.sapo.pt/arquivo/687440.html

17 fevereiro 2009

Intolerância


Muito se especula sobre o Apocalipse, seja em sentido bíblico ou, profetizando sobre interpretações dúbias do calendário Maia; e, acaba se desviando o foco do que realmente poderia ser entendido como indício de final dos tempos: a xenofobia crescente, em particular, na Europa. Nada mais de se comentar que os europeus são chiques e requintados - que o digam os brasileiros barrados no aeroporto de Madri, na Espanha - e nem de se jogar a culpa somente nos estadounidenses por discriminarem os latinos. É fato que a "onda" de aversão à estrangeiros assola o mundo. Em tempos de crise econômica e consequente desemprego, ela só tende a piorar... A questão é, até que extremos a condenável xenofobia pode chegar? Para além do ataque de grupos neonazistas ou algo similar, talvez esteja adentrando o campo do dano moral. Ora, como se não bastasse alguém ser agredida, ainda tem o constrangimento de ter provar que fora vítima. Similar a um clima de impunidade no qual, só falta se dar pauladas na vítima e enaltecer o agressor; desde o ataque à brasileira Paula Oliveira, na Suíça, não se fala em mais nada além de uma suposta falsa gravidez. Bem, é certo que surgiram elementos no mínimo estranhos neste caso, como uma doença que pode causar alucinações e que antes não fora citada. Mas, partindo-se do princípio da presunção de inocência e, do que está previsto na carta dos Direitos Humanos, acho que há sim, um "quê" de xenofobia latente por parte das autoridades suíças... Primeiro, por lançarem dúvida sobre a denúncia da pernambucana, quando ela estava internada e em estado de choque e, portanto, sem poder se defender. Segundo, que 1% da população suíça se assumiu xenófoba e, que só em 2007 os casos de racismo - por lá - cresceram 30%. De qualquer forma, é bom senso se dar o benefício da dúvida à brasileira, afinal; que ganharia em se autoflagelar e inventar uma agressão num país onde a punição é certeira e pesada a quem presta falsa denúncia, ao contrário do que ocorre em terrenos tupiniquins? Até que se prove o contrário, acredito na versão de Paula e, torço para que seja resolvido o contratempo diplomático... Só não pode ficar sem desfecho, sem resolução e, esquecido, como o caso dos policiais ingleses que ao usar o método de atirar primeiro e perguntar depois, mataram um brasileiro por supostamente confundi-lô com um terrorista e, saíram ilesos e impunes... Alguém se arriscaria a dizer o que ocorreria se fosse a mal suprida polícia brasileira que tivesse feito o mesmo com um inglês?

01 fevereiro 2009

Gênios Também Erram

Museu da República

Aproprio-me de citação de Alfredo Gastal, superintendente do IPHAN - Instuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - no Distrito Federal; para protestar contra mais um "capricho" do famoso arquiteto Oscar Niemeyer. OK, não sou Phd em arquitetura, mas entendo de harmonia e, sem dúvida alguma, o Museu da República, e a Biblioteca Nacional de Brasília, são provas 100% concretas, de que genialidade não está dissociada de falibilidade. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso estético, percebe que o Museu, que parece mais uma imensa Oca de concreto maciço; e a Biblioteca, que mais parece uma enorme caixa de sapato, mas enfeiam do que embelezam a cidade e, ainda por cima, atrapalham o campo de visão, para a magnânima e esplendorosa Catedral Metropolitana de Brasília. Contudo, ao menos constavam no plano original da cidade, ao contrário da Praça da Soberania. A polêmica é: que Niemeyer almeja construir tal praça, no canteiro central do Eixo Monumental, a poucos metros da Rodoviária, o que representará, se implementada, uma violação ao tombamento do Plano Piloto. Além de, desrespeito para com uma das únicas obras de Lúcio Costa na capital. Seria até, prejudicial a outras obras de Niemeyer, que pretende construir um Obelisco de 100 metros de altura, que prejudicará a visão do Congresso, e um edifício destinado a ser um memorial dos presidentes - e isso é algo de que se valha a pena lembrar, pergunto?

Biblioteca Nacional de Brasília


A justificativa para tamanho "capricho", é de que seria um presente para os 50 anos da capital. Ora, não seria mais certo, e até lógico, reformar os patrimônios históricos da cidade, já construídos, que estão necessitando? Como a própria praça dos Três Poderes, o Teatro Nacional, a Rodoviária; dentre outros... Sim, muito se fala do grande Niemeyer, meio que confundindo sua história com a de Brasília, e acaba se esquecendo que também se deve crédito a Lúcio Costa, pelo projeto do Plano Piloto. Aliás, talvez um dia, este plano não possa mais ser considerado como as asas de um avião, mas sim; a pernas de uma centopéia - além das Asas Sul e Norte, já criaram Setor Sudoeste e, já constróem o Noroeste - mas não é a discussão aqui. Já que se fala de uma superestima a um arquiteto, que contribuiu na história da criação da capital federal, contudo, nem sequer vive aqui, e, mesmo assim, decorrente de sua fama; é visto como alguém que não deve ser questionado... Como um gênio, que nem sequer, pode-se supor que seria capaz de errar... Não é bem assim. Lei é lei. Está no tombamento feito pelo DF em 1987 e, está também no do governo federal, datado de 1994. E ainda tem o título de: Patrimônio Cultural Mundial, concedido pela Unesco, que devem ser respeitados. Fama e prestígio, não deveriam estar acima da lei. Disse, não deveriam, sei que aqui é Brasil... Espero que a polêmica seja resolvida, optando-se pela não construção de tal praça. Em respeito ao tombamento,e também, pelo medo de tar mais uma obra de 100% concreto, para enfeiar ainda mais a paisagem. Se ao menos fosse uma obra como o Museu de Arte Contemporânea - MAC - de Niterói... Conforme comparação exemplar, feita por renomado professor da Universidade de Brasília - UNB -, tal presente - a construção da praça - seria como um Cavalo de Tróia; que abriria caminho para uma triste derrota da rica história de Brasília.

Catedral Metropolitana de Brasília

Museu de Arte Contemporânea - Niterói - RJ.

08 janeiro 2009

Bolsa Chefia



O ano mal começou e os pra-lamentares já aprontam de suas estripulias, diretamente da Ilha da Fantasia... Em plena crise econômica e, período para contenção e/ou redução de gastos, os pra-lamentares da Câmara dos Deputados, aprovam na surdina, um benefício que aprova pagamento extra para cargos de chefia - entenda-se, cargos comissionados, de não concursados, ou se preferir a linguagem popular, os de QI,Quem Indica; apelidado de Bolsa- Chefia.

A questão é que o servidor em cargo de chefia já recebe um percentual extra por esta missão. Com este "presente" o mesmo servidor receberá mais um adicional. Acredita-se que tal farra aumentará em R$4 milhões o gasto mensal da Câmara com a folha de pagamento. E nem é preciso ser nenhum gênio para adivinhar em qual bolso irá pesar tamanho custo... Tal manobra, revela a excessiva e desavergonhada cara de pau dos membros do legislativo e, o seu sinal de "nem te ligo" para a moralidade e ética administrativa. E também está na contramão do que esperaria a Opinião Pública. O Incrível, é não terem aguardado o período de Carnaval, enquanto o Brasil parece não funcionar, para poderem agir na obscuridade. Apesar de que a reunião para discutir tal disparate, tenha sido feita na casa do petista - cof, cof - Arlindo Canalha, ops, Chinaglia, visando ser discreta em pleno recesso parlamentar.

Agora, o difícel é responder a pergunta que não quer calar, Quando se fará uma efetiva e eficaz Reforma Política? Quando se votarão projetos que realmente sejam de interesse público e beneficiem o país? Alguém se atreveria a arriscar uma resposta?

05 janeiro 2009

Abaixo a Ditadura da Beleza



"Influenciadas pela mídia e preocupadas em corresponder aos inatingíveis padrões de beleza que são apresentados, milhares de mulheres mutilam sua auto-estima - e, muitas vezes, seus corpos - em busca da aceitação social e do desejo de se tornarem iguais às modelos que brilham nas passarelas, na TV e nas capas de revistas." Assim é a premissa do – excelente – livro: A Ditadura da Beleza e a Revolução das Mulheres, do psiquiatra Augusto Cury. Antigamente a mulher era vista como propriedade, cujo único destino era casar-se com alguém de prestígio e posse, prestar-lhe eterna obediência e servidão; e, conceber um herdeiro, de preferência, masculino. No entanto, houve a Revolução Feminina, as mulheres conquistaram o direito ao voto, dentre outras conquistas. Ao poucos, foram adentrando o mercado de trabalho, conquistando sua independência e auto-suficiência; embora, haja discriminação, ainda hoje, no que diz respeito aos salários. Agora, pergunta-se, tudo isso para que?



Tendo em vista que a mulher deixou-se "aprisionar" dentro de sua mente, ao grande mal do século, denominado: Ditadura da Beleza. Ora, explica-se, a mulher conquistou seu espaço em várias áreas; mas, permanece "presa" à idéia de perseguir um padrão doentio – e surreal – de beleza, um ideal que desrespeita o biótipo – características genéticas – de grande parte das pessoas. Tal Ditadura impõe como padrão a ser alcançado, um biótipo que é a exceção e não a regra. A mídia e a indústria da moda bombardeam-nas com a premissa que a magreza excessiva, esquelética e doentia das modelos, é o ideal de perfeição e beleza em seu estado puro. Resultado, acaba-se ficando consolidado no inconsciente das mulheres – e até de homens – uma visão distorcida de si, e uma pressão para adequar-se a tal inatingível padrão, ou viver tentando, que acaba por mutilar a auto-estima, e o próprio corpo, muitas vezes levando essas pessoas à depressão, ou mesmo, à tentativa de suicídio. Sem contar a discriminação, ao se tratar toda e qualquer pessoa acima do peso – ainda que ligeiramente – como alguém a ser renegado.



Não se defende aqui, que seja errado, a mulher ser vaidosa, contudo, critica-se o ideal padronizado de beleza que não pretende, nem visa respeitar as diversidades. Critica-se a procura desvairada e muitas vezes infundada, de cirurgias plásticas, ou dietas "milagrosas" e prejudiciais, sem o aval de um nutricionista; visando exclusivamente, atingir algo inalcançável. Costuma-se dizer, que é preocupação com a saúde... Particularmente, discordo. Primeiro, porque as revistas de público feminino, mal começa o verão, fazem reportagens sobre a dieta ideal para que se caiba aquele biquíni minúsculo... Ou seja, implicitamente, a mensagem é, atinja o padrão surreal de beleza imposto pela mídia e arrase no biquíni da moda, fazendo inveja às gordinhas. As academias de ginásticas estão repletas de "peruas" que em vez de priorizar a saúde, ficam a competir quem tem menos gordura localizada, quem perde peso mais fácil, quem deveria estar com uma roupa de ginástica mais justa, quem não deveria... etc. Ou então, estas pessoas conversam sobre emagrecer para caber nas roupas de grife, que na maior parte das vezes, faz a numeração de seu estoque em tamanho único e de acordo com o biótipo da modelo hiper-magra da passarela. E, para consolidar esta abominável ditadura, a Grande Mídia insiste em bater na tecla da luta contra a obesidade, fazendo questão de esquecer que anorexia e bulimia, tão graves quanto, igualmente repudiáveis, caracterizam distúrbios alimentares que necessitam de cuidados e, escondendo que o "Glamour" do mundo da moda, não é tão fantástico e mágico como se pensa e se faz parecer.



Acredito que, beleza depende dos olhos de quem a vê... E que cada uma das mulheres, com seu biótipo original e não tentando ser o que não é, tendo uma boa autoestima, se cuidando – por saúde e não por estética – ostentará muito mais beleza e charme, sem nenhum esforço; do que qualquer outra que vive em função – de atingir – da estética mais que perfeita. Ora, se todas fossem iguais, qual seria a graça? Como fariam os homens na hora da sedução, se não gostassem do tipo magricela doentia? Não é a toa que se diz por aí, que quem gosta de osso é cachorro. Aliás, não posso deixar de parabenizar a excelente campanha da marca Dove, que respeitando a diversidade, usou como modelos moças de biótipos variados; aos Europeus que preocupados com os malefícios de tão vil ditadura, optaram por proibir modelos magérrimas na passarela. E, claro, não posso deixar de homenagear, as corajosas e certíssimas, mulheres de fibra do site: As Gordinhas Mais Lindas do Brasil, que se uniram para demonstrar, que estar de bem consigo mesma, independe de se aproximar do tipo imposto pelas passarelas. Desejo que neste novo ano, as pessoas se importem mais com a alma – digamos assim – das outras pessoas, com o que elas são, do que com a fugaz e supérflua preocupação exclusiva com as aparências.

Campanhas da Marca Dove, cortesia do You Tube



03 janeiro 2009

Qual a utilidade?



Ano novo, vida nova, ortografia nova... A partir do dia 1º de Janeiro passou a vigorar o Acordo Ortográfico que vai unificar a gramática dos países lusófonos - Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Mas a pergunta que não quer calar é: Qual a utilidade de tal acordo? Cai o hífen, sai o trema, incorpora-se ao nosso alfabeto as letras K, W e Y; que na linguagem oral já eram amplamente utilizadas... Então, fica a dúvida no ar, qual a necessidade da mudança? Se vai se manter o c – desnecessário – de aCtor como se diz em Portugal, se o trema sai, mas o fonema que ele dava a letra U em palavras como lingüiça permanecerá? Tira-se o hífen, dobra-se o S e o R em palavras, como ultrassom, ultrarregião – diga-se de passagem, podem me chamar de saudosista, mas horrível estas novas grafias, já estou com saudades do hífen – e há algumas alterações no uso de acento agudo e no uso de acento circunflexo. Uma das justificativas para o acordo, é possibilitar que o idioma português, assim como o espanhol, tenha uma única ortografia; ainda que seja pronunciado diferencialmente, em diversar culturas. E, também, para que o Português, a sétima língua mais falada no mundo, ganhe destaque mundial; e entre para o rol das línguas oficiais de órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas – ONU.



As mudanças em si, são mínimas e, certamente hão de causar confusão, num país onde a Educação não tem seu merecido e devido valor; e, também pelo fato, lastimável claro, de haver professores mal preparados, além do problema de ser uma profissão desvalorizada. Há o prazo de 4 anos, ou seja, até 2012 para que haja a adaptação. Em Portugal, o prazo para adaptação será de 6 anos. A reforma é polèmica e, mesmo entre os especialistas em linguistica não se chega a um consenso. Tanto no Brasil, quanto em Portugal. Afinal, unificar a ortografia, não garante que a linguagem oral, a que se baseia em hábitos, costumes; irá se modificar, como provavelmente não vai. Pessoalmente, concordo com os críticos de tal acordo, o importante é garantir que se entenda os textos e suas mensagens, e saber relacioná-los, independente de se escrever de forma igual ou diferente. Faço coro, aos críticos que alegam se tratar muito mais de um acordo político, do que linguístico. Além de ser, meio que imposto, tendo em vista que não foi ratificado por todos os países lusófonos, mas por quatro deles, somente. Fora o custo, para atualizar livros didáticos, que; para variar; como já é de praxe neste nosso país, vai sobrar para o contribuinte....

26 dezembro 2008

Charlatanismo Nosso de Cada Dia



Cada coisa que se vê por aí... Dia desses, no salão de beleza, folheando aquelas revistinhas chinfrins, enquanto esperava ser atendida, vi uma propaganda estarrecedora... Infelizmente, não me recordo o site, mas era um tremendo charlatão anunciando ensinar o método de hipnose para conquistar a pessoa amada, influenciar pessoas e melhorar a atuação no ramo de vendas. O curso seria feito a distância, via internet, e, a única exigência feita, era a de que o (a) interessado (a) prometesse não usar o aprendido para fins ilícitos. Ora, já é difícil saber se a promessa de quem se vê cara a cara é válida ou se é apenas média, imagina alguém com que se comunica apenas via internet?



Seria influência daquele tal de O Segredo? Aquela conversa de Universo conspirando ao nosso favor, lei da atração e afins? Puro misticismo querendo bancar uma teoria científica? Ah, é baseado nas premissas da física quântica, diz-se por aí... Porém, nada que seja dito por um especialista, sequer em física, muito menos em física quântica. Mas voltando ao curso de hipnose, aliás, ótimo para fazer-me rir; fico a me perguntar, alguém se interessaria por tal aprendizagem? Ora se não... Mas convenhamos; além de esdrúxulo, é risível, afinal, usar de "poderes", digamos assim, que influencia outra pessoa, é mais do que tudo, antiético, já que interfere no livre arbítrio da pessoa. Demonstra falta de ciência do tal charlatão, porque é sabido que há coisas lícitas, que são amorais, antiéticas e, afinal, qual há de ser mais relevante? Não se trata de depreciar, como um todo, a hipnose, não falo com certeza, porque não sou psicóloga, nem neurocientista... Contudo, tenho senso crítico e, desconfio de muita promessa de "milagres" e/ou de supostas soluções mágicas que se apresentam por aí... Além disso, indago, quem se arriscaria a jogar tempo e dinheiro fora por um curso desses?

23 dezembro 2008

Enquanto Isso na República das Bananas...



Melhor que não se faça o balanço do ano parlamentar, que deveria denominar-se: ano pra-lamentar. Politicagens, conchavos... Eis uma coisa de praxe na Ilha da Fantasia, da República das Bananas... Imagine discutir projeto de lei para desobrigar o uso de terno e gravata, apesar de que, tinha uma justificativa até nobre, diminuir gastos com ar-condicionado e, assim; zelar pelo meio ambiente. Todavia, nem se discutiu tal projeto; para alguns pra-lamentares conservadores, a ausência de terno e gravata equivaleria a macular a "honra" dos senadores... Pasmem, desde quando honra consiste em qual roupa se usa?

E o duelo entre gigantes? Câmara dos Deputados e Senado, se digladiando, por conta de projeto de emenda constitucional - PEC, para aumentar o desperdício de dinheiro público, ops, projeto para aumentar o número de vereadores. Aliás, diz-se por aí, que a Constituição Federal não deveria ser vendida em lugares que não trabalhem com periódicos. O fato é que para se aprovar uma PEC é necessária que se satisfaça a exigência de ser discutida e votada em ambas as casas do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se tiver, em ambos os turnos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Ora, acusações de cada lado, é fato que a Câmara vetou o projeto por conta do Senado ter ignorado artigo proposto pela Câmara, que reduzia despesas com as Câmaras. Vossa excelência, senador Garibaldi Alves, não satisfeito; acusou o deputado Arlindo Chinaglia, de disparate; dentre outras coisas, envolvendo outro "gigante" na briga, o Supremo Tribunal Federal – STF; que alega não decidir nada, anteriormente ao recesso de fim de ano... Alguém aí se atreve a apostar quem sairá vencedor nesta arena de gladiadores?

Gozado, que num instante, estendendo a votação pela madrugada afim, os senadores garantiram a aprovação de tal projeto... Bom seria, se nossos pra-lamentares demonstrassem igual empenho, para votar projetos, não só que agradem a Opinião Pública, mas também, tenham mais proveito e utilidade para nosso país.