17 agosto 2009

Guerra por audiência à serviço da Desinformação...


Jurei a mim mesma que não abordaria neste blogger acerca das acusações contra a Igreja Universal do Reino de Deus - IURD. Primeiro, porque religião é um assunto complicado e delicado... Deve-se ter muito cuidado ao abordá-lo, tanto para não dizer asneiras, quanto para não atiçar a sanha de "xiitas" e seu vil fanatismo, e também sob o risco de ser erroneamente interpretada por quem não demonstra ou possui nenhuma religiosidade. Afinal, a constituição garante a liberdade de crença e consciência e, acredito, tanto os que professam uma fé religiosa, quanto os ateus merecem o devido respeito! Contudo, considero relevante esclarecer alguns aspectos sobre as denúncias do Ministério Público de São Paulo contra a IURD, tendo em vista que a Guerra Midiática Globo X Record deturpa a informação e mascara a realidade. É claro que, nutrida de senso crítico e, tendo aprendido no curso de comunicação social, habilitação: jornalismo - e ainda há quem diga, equivocadamente, que de nada serve jornalista ter curso superior - que imparcialidade e objetividade jornalísticas são mitos, não acho exagero se alegar que a Rede Globo se deleitou ao conceder o espaço de 11 minutos em seu telejornal para noticiar as denúnicas contra a IURD. Principalmente, se se considerar a constante guerra por audiência - Ibope - entre as duas emissoras e que, em alguns horários, como na exibição do reality-show: A Fazenda, a Rede Record tem saído à frente do concorrente No Limite da emissora rival. Não se pode negar, todavía, que existam assuntos relevantes e de interesse público os quais não recebem o devido destaque da Rede Globo. No entanto, nem isso muda o fato de que as denúncias do Ministério Público contra a IURD não constituem um factóide - jargão jornalístico - isto é, algo infundado ou inverídico que se pretende "vender" como notícia. O bispo Edir Macedo age como quem quer insultar a inteligência dos cidadãos brasileiros. Nos programas jornalísticos da Record - aliás essa emissora e a IURD não podem ser dissociadas - atribuem-se as denúncias a uma estratégia da Rede Globo para desmoralizar e prejudicar a emissora rival, na disputa pela supremacia da audiência. Em outros termos, tira-se o foco da gravidade daquelas e, "vendem" a imagem do figurão da IURD, como uma pobre "vítima" de uma injusta perseguição... Aliás, algo em moda, não? Ao menos na deplorável classe política de nosso país. Noticia-se um escândalo e, logo em seguida, seu ator principal posa de vítima...
E, quando os defensores da IURD não apelam para a versão de uma estratégia sórdida da emissora rival, deixam-se doutrinar - para não dizer que sofrem lavagem cerebral - pelo argumento medieval e obscuro, no qual os "contratempos" da IURD são frutos da artimanha do Diabo. Isto mesmo, envolvem até o sobrenatural no assunto, no intuito de "santificar" ou eximir de responsabilidades, o bispo Macedo e seus comparsas. Trata-se de argumentos estaparfúdios para tentar justificar o injustificável... Já vem de anos, o conhecimento de que a IURD comercializa a fé, explora a boa-fé dos fiéis humildes que procuram apoio e consolo espiritual... Ora, basta conhecer alguém que tenha convivido com um destes fiéis que confessam, dão tudo, ou quase tudo, do pouco que possuem... Ou, basta ver os vídeos no You Tube - vejam aqui - dos poderosos da IURD combinando de como arrancar dinheiro dos fiéis... Ah, e há de se perguntar, de onde veio o dinheiro astronômico para a Record contratar o apresentador Gugu Liberato, tirando-o do SBT, antes da rescisão do contrato e, arcando também, com as despesas da multa milionária por quebra de contrato... Ah, há de se perguntar também, como estes fiéis, acreditam na hipótese que a TV do Diabo que desbancar a Record? Alguns defensores, dizem que o dinheiro da IURD investido no canal de TV, se justifica pela função de evangelizar... Contudo, gozado, programas de assuntos religiosos, só são exibidos nas altas horas da madrugada... Assim como os programas que investem em educação da Globo, são sempre exibidos em horários ingratos, onde se dorme, ou se está acordado para ir ao trabalho ou para escola. Ou seja, desculpa esfarrapada. Além disso, como esses fiéis não veem que a Record, mete o pau, diz que a Globo é a TV do Diabo, mas copia descaradamente sua programação? A quem tem um mínimo bom senso e se mantém bem informado, sabe que é antiético e amoral a exploração da boa-fé dos fiéis da IURD. E, que se houve dinheiro desviado, é crime, portanto, as denúncias devem ser eficazmente investigadas, e os responsáveis devidamente punidos... Se a Justiça do nosso país, nem tem um bom histórico, quando se trata de punir culpados afortunados, já é assunto para outra hora... Agora, Edir Macedo e Cia e IURD, nos poupem do seu cinismo... E, lembrem-se que nem todos são as suas vítimas de lavagem cerebral!


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10 agosto 2009

Agruras e (des)venturas de um concurseiro...

Mais um dia como outro qualquer estava por vir... Seriam aquelas mesmas atividades rotineiras, exaustivas, enfadonhas e deprimentes... Acordar, tomar café e em seguida "afundar-se" em meio à tantos livros e apostilas... Fazer o que? Concurseio não tem outra opção!Por vezes, a mente viajava por lugares longínquos. Era, talvez, a única forma de relaxar; em meio à tamanha obrigação. Artigos, incisos, alíneas liam-se por horas afins... a mente prestes a pifar, ou algo que gerasse sensação similar...
O pior era que cada vez mais se instalava a certeza de que leis eram meras letras mortas! Na prática, o cumprimento delas era algo tão abstrato, quanto impossível! Como seria de se esperar, a inquietação lhe assombrava a mente. Quantos passeios e momentos ao lado dos amigos, já teria perdido por ano? Quantos planos pessoais já tivera de abdicar? E, sobretudo, angustiava-lhe pensar, em quanto tempo mais se prolongaria aquela árdua tarefa?! Nessas horas, surgiam vontades repentinas de arrumar o quarto, ler aquele livro enjoativo que outrora havia sido abandonado... Mas isso não era nada, perto dos inconvenientes familiares que quando não pressionavam-o, faziam barulho, pediam favores em horas inoportunas...
Quando se via, o tempo passava mais rápido do que um piscar de olhos, e nem parte mínima do programa de estudos havia se cumprido. Desta forma, o concurseiro se desanima, se angustia... Sua segurança fica abalada; fazendo-o se sentir despreparado e sempre aquém daquele patamar que deveria atingir... Procurando inspiração, ou talvez; conselhos, ele pesquisa dicas de quem já atingiu o objetivo-mor, o sonhado cargo público e tão almejada estabilidade... Desespera-se ao ler que a maioria, em suma, indica-lhe se tornar um robô, um ser que só interrompe os estudos para satisfazer as necessidades fisiológicas, para comer, parar tomar banho e para dormir... 24 horas, parecem quase nada, ao ser recomendado que se estude, no mínimo, 16 horas por dia...
"É uma tarefa árdua e cansativa, porém necessária" pensa o concurseiro. E, dividido entre a ideia de que passar num concurso é mais difícil do que ganhar na loteria, dependendo mais de sorte do que de outra coisa qualquer; e, de que só lhe resta investir na persistência e determinação, além de horas e horas de estudo... O concurseiro volta à sua rotina repetitiva e cansativa, sem objeção, apenas em busca de atingir um sonho, deveras; quase inalcançável!

06 agosto 2009

O que não tem remédio, remediado está...


E mais uma vez tudo acaba em Pizza! Nada que um simples e sensato exercício de "futurologia" não tivesse previsto. Ou, para um bom entendedor; nenhuma novidade há, num conselho que se pressupõe ser de ética, em arquivar processos contra o presidente do lamaçal, ops, Senado Federal. Aliás, a reunião do supracitado conselho já pode ser vista como uma farsa, tendo em vista que antes de sua ocorrência já demonstrava sinais de que a pizza estava a tostar no forno, diga-se de passagem. De qualquer forma, Senado sem Sarney, mas com Renan Calheiros, Wellington Salgado e Cia; permaneceria um cenário um tanto lastimável, ou, conforme bem dito pelo colunista, Clóvis Rossi, da Folha de São Paulo, um Lodaçal Putrefato! Contudo, basta de falar nessa corja... O tempo anda escasso, para pesquisar e postar assuntos interessantes, o que se há de fazer? Concurseiros têm tempo escasso, ou ao menos; outras prioridades... Todavia, minha paixão por escrever, permanece a me cercar... Nem que seja para postar um belo poema ou fábula que veja em uma das apostilas de estudo... Tentarei comparecer ao menos, uma vez por semana... E, iniciarei um projeto há tempos relegado a segundo plano, o de publicar minhas crônicas... É claro, que ainda falta muito para ter a mesma presteza em tal feito, do que um inigualável Luís Fernando Veríssimo, mas sem treinamento, não há aperfeiçoamento... Um bom tema, incluso, é a rotina enfadonha, porém necessária do concurseiro... Aliás, tema com suas variedades e divergências, os concursos públicos... Mas fazer o que? Quem não tem parentesco, ou não é apadrinhado do presidente do Senado, ou de qualquer pra-lamentar afim e preza pela ética; tem que lutar para garantir seu sustento e estabilidade, ou popularmente falando, seu lugar ao sol. No mais, agradeço novamente - e sempre - à honra de contar com os prestigiosos leitores e seguidores do Blog. O Espaço da Palavra, agradece!


Lilly Soares

P.S: A comparação com pizza, acima citada, é só por ser usual, não é intenção desta blogueira onfender aos pizzaoilos, - os que preparam aquela comida maravilhosa que é a Pizza - associando-os com os seres vis e lamentáveis, que mais causam vergonha do que qualquer outra coisa à Nação, conforme fez o chefe do Executivo uma vez. É claro, que a comparação foi ofensiva aos que contribuem para o deleite de nossos paladares, elaborando deliciosas pizzas.... Quem gostaria em sã consciência de ser comparado aos pra-lamentares?

Crédito da Imagem: Google

03 agosto 2009

Selo: Blog de Ouro

Ás vezes nos surpreendem os fatos do Universo blogueiro... Ando sem tempo de me dedicar a este espaço como gostaria... Devo alguns posts temáticos aos leitores... Bem, concurseiro não tem fim de semana, não tem férias, não tem feriado; diz-se por aí. Que seja, a vida existe para além dos concursos públicos, desta forma, vim agradecer à Graça Filadelfo, do blog: Bahia Aqui e Ali, a homenagem, pela qual agradeço - mais uma vez - de coração; ao singelo Espaço da Palavra que ainda tem muito o que aperfeiçoar...
E de certa forma, é esta a função destes selos não é mesmo? Instigar a interação entre os diversos blogueiros e blogueiras e seus diversos e enriquecedores conteúdos, por meio de um Universo Virtual que não é apenas uma válvula de escape para amenizar o vazio de algumas almas solitárias espalhadas pelo mundo... E, voltando ao honroso prêmio, vamos às regras:

1. Exiba a imagem do selo Blog de Ouro;
2. Poste o link do blog de quem te indicou;
3. Indique 5 blogs de sua preferência;
4. Avise seus indicados; 5. Publique as regras;
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo.

Eis os meus indicados:

1. A Extraordinária Simplicidade da Vida, de Anderson Gonçalves;
2. Debatendo Ideias, de Alceu A. Sperança
3. Penso, Logo Escrevo, de Lizzie Rodrigues;
4. Conexão TV/Cinema, de Thiago Paulo;
5. Tomada 7, de Altieres Bruno Machado

02 agosto 2009

É Proibido Proibir!


A Ditadura Militar pode ter acabado, mas alguns de seus resquícios insistem em permanecer em voga. Como o "fantasma" da censura prévia. Explica-se: recente decisão da (In)Justiça - inconstitucional e contrária ao direito à informação - proibiu o jornal o Estado de São Paulo e o portal Estadão de publicar reportagens acerca da operação Boi Barrica, da Polícia Federal. O recurso judicial que se enquadra como censura prévia, foi apresentado pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, que se encontra na "UTI" devido às sucessivas crises. O pedido do empresário chegou ao desembargador Dácio Vieira, na quinta-feira, 30 de Julho, e já na sexta-feira fora concedida liminar na qual determinava que o jornal não poderia mais publicar nada referente ao assunto. E, por "cada ato de violação do presente comando judicial", ou seja, para cada reportagem publicada; seria aplicada uma multa de R$ 150 mil. De acordo com os advogados do empresário, o veículo de comunicação teria praticado crime ao publicar trechos das conversas telefônicas - autorizadas judicialmente - gravadas na operação da PF, além de divulgar dados da investigação que ferem a "honra" da família Sarney. Ora, desconsiderando-se tal "justificativa" esdrúxula e estapafúrdia, já que, atitudes ilícitas e antiéticas, por si só, já são suficientes para macular a honra, a questão aqui é a anuência do Judiciário contra a liberdade de Imprensa e, a afronta à Constituição. Como se não bastasse, tal ato se torna mais absurdo, levando-se em conta o conflito de interesses existente! Ora, o magistrado autor de condenável feito, é próximo de Sarney e do ex-diretor do Senado, Agaciel Maia, também um dos ícones, pode-se de dizer assim; dos sucessivos escândalos. Instituições ligadas à área de Imprensa e de defesa do Estado Democrático de Direito, manifestaram-se contrárias a respeito desta, no mínimo duvidosa, decisão judicial. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB - também manifestou seu repúdio. Segundo o representante da Associação Nacional de Jornais - ANJ - o jornal deve recorrer a fim de reverter esta liminar. E, o Estado de São Paulo já se pronunciou alegando que não se deixará intimidar. Posição, mais que acertada.! As informações censuradas, são de interesse público e a sociedade tem - além disso, deve ter respeitado - o direito de ser informada acerca de temas relevantes que sejam de interesse público. Se o clã Sarney e seus defensores se preocupam tanto com o conceito de honra, porque não o demonstram, tomando ao menos, alguma atitude decente, como por exemplo, Sarney abdicar da presidência do senado e, sobretudo, abdicar da imunidade parlamentar e demais benesses de senador? Eis uma pergunta que não quer calar! Até lá, a sociedade deve ficar de olho, se tal censura vigorar, quantas mais virão depois? Além disso, interesses individuais e escusos do clã, não devem, nem podem; prevalecer perante o direito coletivo e constitucional de livre acesso à informação, em especial, a de interesse público.



Texto: Lilly Soares
Fonte: Observatório da Imprensa, Estadão (online)
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01 agosto 2009

Até Quando?

Edital Reproduzido da revista Brasília Em Dia, edição nº 654, de 1 a 7 de Agosto


Para o cidadão comum — que acompanha o noticiário, os escândalos envolvendo o presidente do Senado Federal, sob suspeita, juntamente com o próprio filho, Fernando Sarney — a corrupção passou a ser uma anomalia corriqueira. Isso, lamentavelmente,nos remete ao nível de republiquetas de banana, ou, ainda, àqueles países mais subdesenvolvidos da África, continente tão cortejado ultimamente pelo governo brasileiro. Isso, vale ressaltar, por mera coincidência geopolítica. Banalizar a corrupção — como se fosse algo perfeitamente natural, e não uma aberração moral de um país — é o estágio final que poderá nos empurrar, irreversivelmente, a uma desobediência civil, cujos desdobramentos são possíveis de se imaginar, sem que se possa prever como podem acabar. Afinal de contas, a corrupção existe no Brasil por ser um traço cultural de seu povo? Essa interrogação, que surge com tanta frequência, é simplória e injusta ao
mesmo tempo. O brasileiro, por si próprio, não é corrupto culturalmente, nem geneticamente. Mesmo assim, acaba sendo induzido a isso. Ser honesto, hoje, no Brasil, é sinônimo de bobo, porque a lei que prevalece mesmo é a da esperteza, beneficiando aqueles que procuram tirar proveito em tudo. Com uma legislação com falhas técnicas — deixando muitas brechas para que bons juristas, remunerados a peso de ouro, consigam garantir a impunidade dos corruptos — o Brasil, cada vez mais, passou a ser um sucursal do paraíso daqueles que optam pelas ilicitudes de suas ações. Se a legislação é falha, a Justiça não pode ser feita. Por que a sociedade não dá um basta na impunidade, demonstrandoseu escárnio aos criminosos de colarinho branco? O que mais se vê no Brasil, não apenas a nível federal, mas também nos estados, é a impunidade, como, por exemplo, o do Amazonas, para citar apenas um caso expressivo, quando foram presos e algemados, levados em camburão da Polícia Federal homens públicos que desviaram, na época, bilhões, e ninguém mais sabe o que lhes aconteceu. Simplesmente, o cidadão comum —que leu nos jornais e revistas, ouviu pelas emissoras de rádio e viu pela televisão a prisão — ignorou se foram condenados ou absolvidos, porque um crime é superado por outro e mais outros...
Mas, afinal, por que a corrupção só faz crescer no Brasil? A resposta é simples: porque, lamentavelmente, a própria sociedade não pune com desprezo e escárnio aqueles que saqueiam o dinheiro que deixa nos guichês dos impostos.
Até quando?!

N.E. O jornalista e advogado Roberto Macedo
integra o Conselho Editorial de Brasilia
Em Dia