13 agosto 2013

Perception / S02E05E06




S02E05 / Caleidoscope

Qual o limite entre o real e o virtual? Tal questão pode resumir o cerne deste episódio. Aqui o foco da investigação é descobrir quem matou Kurt Simpson, que sob pseudônimo de Mpresario, num jogo virtual – similar ao second life – cometia crimes como roubo de identidades e fraude com cartões de crédito, estes com reflexos reais.

Diferentemente de outros episódios, Daniel e Kate trabalham separados. Enquanto a agente persegue pistas mais concretas, o a priori relutante dr Pierce adere ao jogo criando um avatar para se aproximar de Jeremy, um garoto já tão viciado na realidade virtual de Caleidoscope que há anos não sai de casa.
Há de se destacar uma das cenas raras de descontração do protagonista em que totalmente imerso nas ilusões do mundo virtual, ele canta completamente desinibido num palco. E com direito inclusive, a um breve affair com quem parece a personificação da mulher perfeita. Contudo se o limite entre real e virtual, quando não bem conduzido pode causar estragos na vida de uma pessoa normal, imagina na mente de um gênio esquizofrênico; além de suas habituais alucinações?

Ainda assim, a genialidade do neurocientista prevalece, descobrindo a pessoa por trás do crime e ainda de quebra, dando seu jeito para, de alguma forma, trazer o jovem Jeremy de volta à sua vida e à normalidade.
Confesso que achei o episódio fraquinho, comparado aos demais exibidos. Mas ele nos faz pensar sobre o limite entre o real e o virtual, e o perigo de não saber conduzi-lô equilibradamente.  E, como sempre em todos os episódios da série, seja nos momentos iniciais ou finais, nos brinda com belos dizeres reflexivos.

S02E06 / Defective

Sensacional! Bem melhor que o episódio anterior! Como sempre ao início, informações importantes sobre o funcionamento do cérebro; aqui, sobre os hemisférios e suas respectivas funções e, sobre como, via de regra, na prática, costuma-se usar apenas metade da vasta capacidade cerebral. Concorde você ou não, caro leitor, há de concordar que o destaque foi o trabalho em parceria de Dr Pierce e Donnie, o ex-marido de Kate. Isso mesmo, aquele que aparentava morrer de ciúmes do charmoso neurocientista e até o alertara para se afastar da ag. Moretti.

Em Defective podemos ver um outro lado do personagem, mais humano, demonstrando-se suas qualidades e idealismo, ao dispor-se a lutar contra uma grande corporação, Oscidyne, que ignora os defeitos de um produto, por visar única e exclusivamente o lucro. Trata-se do MPC (Marca-passo cerebral), um implante  cuja função é amenizar, por exemplo, os sintomas do parkinson. Aparentemente com alguns defeitos, tal aparato acaba gerando efeitos colaterais perigosos a seus usuários.

Dr Randall é um médico cuja esposa também é usuária do MPC e tanto quanto Dr Pierce  e Donnie, se preocupa que seja tomada uma providência a respeito do tal aparato. A princípio, o protagonista também estranha o empenho de Donnie no caso, mas a desconfiança vai dando a lugar a uma breve cumplicidade e, quem sabe, ao que talvez seja o início de uma futura grande amizade.  Donnie acaba se abrindo com Daniel acerca de uma encucação, por recusar caso similar e importante no passado, além do seu desejo de provar a Kate que pode ser um novo homem e digno de confiança.

Infelizmente, um pouco, o assassinato de Dr Randall e a suposta conspiração da Oscidyne  para matá-lo, dão lugar ao habitual clichê de uma amante desesperada para se tornar a oficial e assim, acabar metendo os pés pelas mãos. Um hacker que auxilia Kate, descobre um aparelho MP3, pelo qual alguém mudava as frequências dos eletrodos dos MPCs, fazendo com que o aparato causasse algum efeito colateral em quem o usasse.

Ou seja, nunca houve defeito. Alguém sabotava os MPCs, mexendo com os cérebros alheios de modo a criar toda esta farsa… Trata-se de Tess Willians, que trabalhava para Oscidyne, e teve um caso com Randall. Sua intenção era matar a esposa dele, e responsabilizar tal morte, com um erro do produto da sua empresa… Mas nada saiu conforme o planejado.

Não se pode esquecer também, de falar da alucinação da vez, neste caso, uma versão melhorada do dr Daniel Pierce, sem esquizofrenia e bem sucedido, tanto pessoal, quanto profissionalmente. O neurocientista até teve a proposta de experimentar, algo como um MPC, para combater os sintomas de sua doença e levar uma vida absolutamente normal. O protagonista recusou-se, se por medo ou comidade, fica a dúvida no ar…

Mas que charme teria, numa série em que o personagem principal tem suas similaridades com o matemático John Nass de Uma Mente Brilhante, sem sua genialidade e o pacífico convívio, por assim dizer, com suas alucinações? Alguém se arriscaria a responder?

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